Número 2 de Dino critica ‘pressões corporativas e identitárias’ sobre Lula em escolha ao STF e à PGR

Presidente vai definir nomes para vaga no Supremo Tribunal Federal e comando da Procuradoria-Geral da República; ministro da Justiça, Flávio Dino, é um dos cotados para o Supremo

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Foto do author Natália Santos
Atualização:

O secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, criticou “pressões corporativas e identitárias” para a escolha do novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que ocupará a vaga de Rosa Weber, e do novo procurador-geral da República, que assumirá o lugar de Augusto Aras. Nas redes sociais, nesta terça-feira, 26, Cappelli afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) faz um “grande serviço ao País” ao rejeitar as investidas de setores da sociedade.

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O presidente tem sido pressionado a indicar mulheres e pessoas negras para a cadeira no STF por correntes do PT, parte da militância e movimentos afirmativos. Flávio Dino, ministro da Justiça, é um dos cotados para a vaga no Supremo.

Lula também vai definir o comando da PGR. Ainda há dúvidas se o presidente indicará um nome da lista tríplice elaborada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). Em março, o petista afirmou que esse já não é mais um critério. O cargo deverá ser ocupado interinamente pela subprocuradora-geral Elizeta Maria de Paiva Ramos a partir da quarta-feira, 27.

“Quem indica o procurador-geral da República? Quem indica para o STF? O povo, através do seu representante eleito. O presidente Lula presta mais um grande serviço ao País ao rejeitar pressões corporativas e identitárias em nome do mais elevado interesse nacional”, disse no X (antigo Twitter).

Nesta segunda, 25, Lula afirmou que gênero e cor não vão ser os critérios para indicar o nome para a vaga no STF. O presidente afirmou que pretende escolher alguém que possa “atender aos interesses e à expectativa do Brasil” e que “vote adequadamente sem precisar ficar votando pela imprensa”.

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“Não precisa perguntar essa questão de gênero ou de cor. Eu já passei por tudo isso. No momento certo, vocês vão saber quem eu vou indicar. Eu pretendo indicar a pessoa mais correta que eu conhecer e a pessoa que eu tenho mais fé de que vai ser uma grande pessoa na Suprema Corte, que é isso que o Brasil está precisando”, disse.

Segundo o presidente, os anúncios do novo procurador-geral da República e do novo ministro do STF serão feitos “no momento certo”.

Escolhas de Lula

O presidente Lula tem sido pressionado pela sociedade civil a reverter dois cenários no STF: a presença de mulheres na liderança da Corte e a estreia de uma mulher negra como ministra. Em 132 anos de história, o STF teve 171 ministros, sendo que apenas três são mulheres e todas são brancas. A sinalização, até o momento, é de que o presidente não vai aumentar a quantidade de ministras na Casa nem o recorte racial da Corte.

O presidente tem dito que quer indicar uma pessoa de sua confiança para a vaga, com quem possa “trocar ideias”. Os mais cotados para a vaga são homens: o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, e o do ministro da Justiça, Flávio Dino.

Como mostrou o Estadão, o comando do PT acredita que nada impede que Dino deixe a Corte para disputar a Presidência da República na eleição de 2030, mesmo se entrar no STF.

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A pressão se estende para a vaga na PGR, deixada por Augusto Aras nesta terça-feira, 26. Cinco nomes estão no páreo, inclusive o de Aras, que pode ser reconduzido ao cargo. A categoria definiu uma lista tríplice, entretanto o indicativo é que o presidente não siga a preferência da categoria.

Na lista tríplice, há apenas uma mulher: Luiza Frischeisen, subprocuradora-geral da República. Os outros indicados são Mario Bonsaglia, subprocurador-geral da República; e José Adonis Callou de Araújo Sá, subprocurador-geral da República. Fora da lista, estão entre os nomes cotados o subprocurador-geral da República Aurélio Virgílio Veiga Rios; o vice-procurador-geral eleitoral Paulo Gonet e o subprocurador Antonio Carlos Bigonha.