Zema concede título de cidadão mineiro a Bolsonaro em meio a investigações do caso das joias

Honraria foi aprovada em 2019 após requerimento do deputado estadual Coronel Sandro (PL); justificativa da homenagem cita o atentado a faca durante a campanha eleitoral de 2018

PUBLICIDADE

Foto do author Natália Santos

O governador Romeu Zema (Novo) irá conceder o título de cidadão mineiro ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na próxima segunda-feira, 28, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. A cerimônia está marcada para ocorrer três dias antes da ida do ex-chefe do Executivo à Polícia Federal para prestar depoimento sobre a participação em conversas golpistas de empresários alinhados ao governo e o caso das joias recebidas durante viagens oficiais.

PUBLICIDADE

A honraria foi concedida a Bolsonaro em 2019 por meio de um requerimento do deputado estadual Coronel Sandro (PL), mas a cerimônia da solenidade não havia sido marcada até esta semana. Como justificativa, o parlamentar usa o fato de o ex-presidente afirmar que “renasceu” em Minas Gerais em 2018, após o episódio do atentado a faca durante campanha eleitoral.

“O presidente Bolsonaro mesmo diz que renasceu aqui, em Minas Gerais. Nada mais justo do que torná-lo oficialmente cidadão mineiro. Meu pedido de concessão do título de cidadania a Bolsonaro é de 2019 e foi concedido pelo governador Romeu Zema, que já confirmou presença nessa mais que merecida homenagem”, afirmou Sandro em uma rede social.

A cerimônia ocorre em momento delicado para o ex-chefe do Executivo. Desde que deixou a Presidência, Bolsonaro virou alvo - direta ou indiretamente - em cinco investigações diferentes da Polícia Federal (PF), teve o celular apreendido no âmbito das investigações sobre as fraudes nos cartões de vacinação e os sigilos fiscal e bancário quebrados no bojo da operação envolvendo as joias recebidas durante viagens oficiais. Nesse período, o ex-presidente também viu aliados próximos serem presos.

Publicidade

Em 2022, durante a eleição, Bolsonaro recebeu apoio de Zema no segundo turno. O então presidente e candidato à reeleição conseguiu reduzir a diferença de votos para Luiz Inácio Lula da Silva em relação ao primeiro turno, mas perdeu a disputa por uma diferença de apenas 49 mil votos no Estado. Minas é o segundo maior colégio eleitoral do País.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.