CCJ do Senado sabatina Flávio Dino e Paulo Gonet juntos apesar de protesto da oposição

Senadores questionam indicados pelo presidente Lula para os cargos de ministro do STF e de procurador-geral da República; sessão precede votação no plenário

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Foto do author Gabriel de Sousa
Atualização:

BRASÍLIA - A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado sabatina na manhã desta quarta-feira, 13, o ministro da Justiça, Flávio Dino, e o subprocurador-eleitoral Paulo Gonet, indicados, respectivamente, para o Supremo Tribunal Federal (STF) e para a Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A sessão estava prevista para começar às 9 horas, mas iniciou com 40 minutos com atraso. Dino e Gonet serão questionados por 27 senadores e depois os seus nomes serão votados no colegiado e no plenário da Casa.

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No início da sessão, senadores da oposição questionaram o formato da sabatina que, de maneira inédita, está sendo realizada de forma simultânea com os dois indicados e com blocos de perguntas. Segundo esses parlamentares, o modelo adotado impede que os sabatinados sejam questionados por todos os membros do colegiado. Já os governistas afirmam que a condução da agenda é de responsabilidade do presidente do colegiado, senador Davi Alcolumbre (União-AP).

O senador Alessandro Vieira (MDB-SE) tentou separar as sabatinas, alegando que os cargos têm importância e seria desrespeito aos indicados fazer uma sessão única. A proposta teve apoio da oposição, mas o presidente da CCJ rejeitou o pedido.

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O senador da oposição Eduardo Girão (Novo-CE) também reclamou da sabatina unificada e ironizou a coincidência da data da inquirição com o número eleitoral do Partido dos Trabalhadores e o aniversário do ministro do STF Alexandre de Moraes, que fez 55 anos nesta quarta-feira.

“Já tem uma coincidência grande que a sociedade fala que é o do dia 13. Que não apenas é o número do Partido dos Trabalhadores, mas também o aniversário do ministro Alexandre de Moraes”, disse Girão.

Durante a sabatina, Dino respondeu acusações dos senadores sobre uma suposta omissão durante os ataques aos Três Poderes em 8 de janeiro. Já Gonet, que se apresentou como um candidato de perfil técnico e com opiniões conservadoras, foi questionado sobre a sua posição sobre as cotas raciais e o casamento LGBTQIA+.

Pouco antes do início da sessão, Flávio Dino usou sua rede social para agradecer o apoio pela indicação.

Dino e Gonet precisam de 41 votos no plenário para serem nomeados

Para serem nomeados, Dino e Gonet precisam passar por uma sabatina e duas votações secretas no Senado. A primeira etapa é é na CCJ, que possui 27 senadores titulares, sendo que eles precisam ter a aprovação da maioria simples do colegiado. De acordo com um levantamento feito pelo Estadão, realizado um dia após a indicação, os indicados já tinham mais da metade dos votos necessários para sua aprovação na CCJ.

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Mesmo se os nomes forem rejeitados pela CCJ, eles ainda serão avaliados pelo plenário do Senado, onde cada indicação precisa de 41 votos para prosseguir para a nomeação. Em um levantamento feito pelo Estadão nesta segunda-feira, 11, e terça-feira, 12, 25 parlamentares declararam apoio a Dino, enquanto que 30 disseram que vão votar favoravelmente para a nomeação de Gonet.

As sabatinas de indicados ao Supremo costumam durar entre 7 e 12 horas. Dos ministros que atualmente compõem a Corte, a que teve a sabatina mais curta foi Cármen Lucia (2 horas e dez minutos) e a mais longa foi a de Edson Fachin (12 horas e 39 minutos). Na mais recente, que ouviu o ministro Cristiano Zanin em junho, a sessão durou cerca de oito horas.

Caso o nome de Dino seja aprovado no Senado, ele ocupará a cadeira deixada por Rosa Weber, que se aposentou ao 75 anos, quando atingiu a idade estabelecida pela regra da aposentadoria compulsória. Já Gonet irá substituir o ex-procurador Augusto Aras, que teve o mandato encerrado no final de setembro.