Saiba como são os F-39 Gripens usados pela FAB em exercício militar com 16 países

Aeronaves militares da Força Aérea Brasileira são consideradas as mais avançadas em operação na América Latina

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Por Redação
Atualização:

A Força Aérea Brasileira enviou sete dos oito caças suecos F-39 Gripen E/F em operação no País para um exercício militar em Natal (RN) que reúne desde segunda-feira, 4, uma centena de aeronaves militares de 16 países no maior exercício de guerra aéreo da América Latina.

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Os caças suecos F-39 Gripen E/F, que foram comprados pelo Brasil em um contrato com a fabricante sueca de aeronaves Saab em 2014, custaram US$ 4,5 bilhões (R$ 26 bilhões em valores atuais) aos cofres públicos. A aeronave é considerada a mais moderna em operação na América Latina e cobre a distância entre as cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro em 12 minutos.

O F-39 Gripen E/F consegue atingir uma velocidade máxima de 2.400 km/h. Ou seja, quase o dobro da velocidade do som, que é de 1.234 km/h em condições climáticas e de pressão naturais.

O F-39 Gripen E ao lado dos F-5M da Força Aérea Brasileira Foto: Sargento P. Silva/FAB

Debaixo das asas, o Gripen pode levar até 7,2 toneladas de armamentos. Uma dessas armas é o míssil Meteor, capaz de atingir alvos localizados em um raio de até 200 quilômetros. Outro é o Iris-T, utilizado para alvejar objetos em até 30 quilômetros.

Além da alta velocidade, o teto máximo do F-39 Gripen E/F é de 16.000 metros acima do nível do mar. Em comparação, o quadrimotor Airbus A380, reconhecido pela performance em voos comerciais de grandes distâncias, pode alcançar 15.700.

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O contrato de compra dos Gripens foi firmado em 2014 entre a Saab e o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Foram adquiridos 36 caças por US$ 4,5 bilhões. O preço unitário de cada aeronave foi de US$ 125 milhões (R$ 898 milhões).

A autonomia da aeronave varia. Equipada com armamentos, ela pode alcançar até 1.100 quilômetros, o equivalente à distância entre Anápolis (GO), onde os caças estão estacionados no 1.º Grupo de Defesa Aérea (GDA) e Salvador, na Bahia. Com o caça vazio, a distância máxima é de 4 mil quilômetros, ou seja, de Anápolis até o Panamá, na América Central.

O Gripen tem a capacidade de detectar os alvos de superfície e terrestre ao mesmo tempo, usando todos os sensores disponíveis da aeronave. As informações desses sensores são apresentadas de forma clara em um display moderno, que é sensível ao toque e apresenta os principais dados de voo.

O radar do Gripen é do modelo AESA (varredura eletrônica ativa) e permite a detecção simultânea de alvos posicionados em ângulos elevados. Essa ação não pode ser realizada em equipamentos mecânicos. Um sistema de rastreamento passivo com infravermelho faz com que o objeto perseguido não saiba que está sendo acompanhado.

Outra função moderna do caça sueco é um sistema de criptografia que pode ser compartilhado entre os pilotos da Força Aérea Brasileira (FAB). Dessa forma, os militares podem compartilhar informações sobre os alvos de forma sigilosa.

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Maior exercício aéreo conjunto da América Latina

A edição do exercício Cruzeiro do Sul, o Cruzex, em andamento no Rio Grande do Norte, coincide também com a escalada da crise diplomática entre Brasil e Venezuela, após o vizinho se movimentar para reivindicar a área de Essequibo, na Guiana. O governo brasileiro se recusou ainda a reconhecer a vitória eleitoral de Nicolás Maduro e vetou o ingresso da Venezuela nos Brics, o que levou Caracas a chamar de volta seu embaixador em Brasília.

No exercício em Natal, além de sete dos oito F-39 em operação na FAB, o Brasil vai usar seus F-5M e seus AMX A-1, além do avião de transporte KC-390. Esquadrões de sete países vão pousar em Natal para as manobras: Argentina, Chile, Colômbia, Estados Unidos, Paraguai, Peru e Portugal. Militares de seis países vão ainda executar ações de guerra cibernética e espacial, enquanto outras oito nações mandaram observadores.

A FAB pretende ainda aproveitar a oportunidade para treinar a defesa antiaérea de médio alcance, com a simulação da utilização de parâmetros de sistemas antiaéreos, e para o chamado controle satelital, com o objetivo, segundo a Força, de “conscientizar os participantes sobre as possibilidades e os riscos atrelados aos sistemas espaciais”.

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