Enquanto falava com jornalistas na tarde desta quarta-feira, 26, dia em que se tornou réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta tentativa de golpe de Estado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi interrompido pelo trompetista Fabiano e Silva Leitão Duarte, de 45 anos.
Visivelmente constrangido, Bolsonaro sorriu e ficou em silêncio enquanto a marcha fúnebre de Chopin e a música “Tá na hora do Jair já ir embora” era tocada ao fundo pelo militante do Partido dos Trabalhadores e estudante de relações internacionais.
Natural de Brasília, ele concorreu a deputado distrital em 2022, e ficou com a vaga de suplente com pouco mais de quatro mil votos. No X (antigo-Twitter) com mais de 110 mil seguidores, Fabiano faz um trocadilho com o fato de ser integrante do partido e por tocar o instrumento, separando em seu nome de usuário a palavra “trom Petista” em duas.
Conhecido pela militância petista, essa não foi a primeira vez que Fabiano participou de momentos marcantes na política brasileira.
Na posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o trompetista foi convidado pelo próprio presidente, que pediu para que a equipe o buscasse no meio da multidão, para tocar o instrumento enquanto Lula subia a rampa do Palácio do Planalto. A música tocada foi “Olê, olê, olê, olá, Lula, Lula”.
Fabiano subiu logo atrás do presidente, e foi filmado por pessoas que gritavam seu nome. O vídeo foi compartilhado em seu perfil do Facebook com a legenda “Sempre em frente!”.

Com diversas fotos ao lado de Lula, Fabiano também já posou com outros petistas, como a atua ministra da Secretaria das Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, no acampamento em frente à Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, onde Lula ficou preso entre 2018 e 2019. Lá, ele tocava trompete nas saudações diárias que os apoiadores davam ao então ex-presidente preso.
No início do mês, na posse de Gleisi na SRI, Fabiano tocou a canção “Mulher brasileira de Benito di Paula. Como mostrou a Coluna do Estadão, a canção foi escolhida por funcionários do PT em um grupo do WhatsApp e pegou Gleisi de surpresa. O ato foi combinado com o cerimonial do Planalto, mas a ministra não foi avisada. Leitão tocou a canção depois que ela assinou o termo de posse e começaria a discursar.
Durante o governo Bolsonaro, Fabiano chegou a ser detido e liberado em seguida, ao se manifestar tocando o trompete em um evento da Marinha em que veículos militares desfilavam em frente ao Planalto. O músico foi imobilizado por três policiais militares, recebeu spray de pimenta e teve o trompete quebrado.