Saiba quem são os 7 ministros do TSE que vão julgar a inelegibilidade de Bolsonaro

Corte inicia, nesta quinta, julgamento que pode definir futuro político do ex-presidente; dos sete ministros da Corte, cinco foram indicações de Lula

PUBLICIDADE

Atualização:

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) inicia, nesta quinta-feira, 22, o julgamento que avalia o futuro político de Jair Bolsonaro (PL). Movido pelo PDT, o processo alega suposto abuso de poder e uso indevido dos meios de comunicação oficiais durante o período pré-eleitoral no ano passado – e pode resultar na inelegibilidade do ex-presidente até 2030. Sete ministros participarão da análise do caso.

Se os direitos políticos de Bolsonaro forem, de fato, suspensos, ele será o primeiro ex-presidente do País na berlinda por decisão da Corte eleitoral, e o terceiro a receber o mesmo revés desde a redemocratização. O colegiado é composto por Alexandre de Moraes, Kassio Nunes Marques, Cármen Lúcia, Raul Araújo Filho, André Ramos Tavares, Floriano de Azevedo Marques e Benedito Gonçalves, corregedor-geral da Justiça Eleitoral e relator da ação.

Bolsonaro esteve no Senado nesta quarta-feira, 21; na véspera do julgamento no TSE, ex-presidente visitou gabinete do filho Flávio Foto: Wilton Junior/Estadão

PUBLICIDADE

Destes, apenas Moraes e Nunes Marques não foram indicações diretas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao longo dos três mandatos. A composição da Corte deriva de três nomes advindos do Supremo Tribunal Federal (STF), escolhidos em votação interna; dois do Superior Tribunal de Justiça (STJ), também definidos pelos membros da própria Corte; e dois advogados nomeados pelo presidente da República, a partir de uma lista tríplice elaborada pelo STF.

Abaixo veja quem são os magistrados que podem selar o futuro político de Bolsonaro:

Publicidade

1. Alexandre de Moraes

Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral Foto: Nelson Jr./SCO/STF

Eleito presidente do TSE em 2022, Alexandre de Moraes também é ministro do STF desde 2017, quando foi indicado por Michel Temer (MDB) após a morte de Teori Zavascki em um acidente aéreo. Ele foi ministro da Justiça durante a gestão do emedebista. Entre bolsonaristas, é visto como o principal antagonista do ex-presidente no Judiciário.

2. Cármen Lúcia

Cármen Lúcia, ministra do STF e vice-presidente do TSE Foto: Alejandro Zambrana/TSE

Foi presidente do TSE em 2012 e 2013 e, agora, é vice-presidente. Cármen Lúcia foi indicada ao STF por Lula em 2006, tendo também presidido a Corte e o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) entre 2016 e 2018.

3. Kassio Nunes Marques

O ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal Foto: Fellipe Sampaio/SCO/STF

Indicado por Bolsonaro para o STF em 2020, Kassio Nunes Marques é também ministro efetivo do TSE desde maio deste ano. Ele assumiu a vaga de Ricardo Lewandowski, agora aposentado, e vinha atuando na Corte eleitoral desde agosto de 2021. Bolsonaristas, que o entendem como um aliado do ex-presidente, esperam que Nunes Marques peça “vista” do processo – o que o adiaria em até 60 dias.

4. Raul Araújo Filho

Ministro Raul Araújo, membro efetivo do TSE e do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Foto: Divulgação/TSE

Ministro efetivo do TSE desde setembro passado, Raul Araújo integra a classe de juízes vindos do segundo tribunal mais importante do país, o STJ, onde está desde 2010. Ele também foi indicado ao cargo pelo presidente Lula, então no segundo mandato.

Publicidade

5. Benedito Gonçalves

Ministro Benedito Goncalves, no STJ. Foto: Lucas Pricken/STJ  Foto: Lucas Pricken/STJ

Também oriundo do STJ, Benedito Gonçalves é corregedor-geral da Justiça Eleitoral, cargo que o incumbe de relatar processos que envolvem a perda de direitos políticos. É responsável por todas as investigações eleitorais contra Bolsonaro no TSE e, mais recentemente, foi relator do caso que cassou o mandato do deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR). Foi indicado ao STJ pelo presidente Lula, em 2008.

6. André Ramos

André Ramos Tavares, ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e professor da USP Foto: Antonio Augusto/Secom/TSE

Nomeado por Lula para uma das cadeiras reservadas a advogados, o ministro agora preenche a vaga deixada por Carlos Horbach. É professor titular de Direito Econômico e Economia Política da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) e, em 2007, recebeu o Prêmio Jabuti pela obra Fronteiras da Hermenêutica Constitucional.

7. Floriano de Azevedo Marques

Floriano de Azevedo Marques Neto, ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e também professor da USP Foto: Divulgação/TSE

Também nomeado por Lula, o jurista ocupa a cadeira de Sérgio Banhos. É professor da USP, assim como Tavares e Moraes, e também do curso de pós-graduação da Fundação Getulio Vargas (FGV) do Rio de Janeiro. Na seara eleitoral, atuou especialmente na aplicação da Lei da Ficha Limpa.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.