O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, afirmou nesta segunda-feira, 19, que “não existe nenhuma chance” de a ministra da Saúde, Nísia Trindade, ser retirada do governo Lula. O comando da pasta está na mira do Centrão, que deseja controlar o ministério e cobra a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas articulações políticas.
“Sinceramente, eu não consigo enxergar qualquer movimento que efetivamente pudesse levar algum desses partidos (do Centrão) oficialmente para o governo. Também não vejo nenhum movimento político que pudesse justificar uma mudança de um ministério estratégico e importante, que tem como titular uma ministra que está fazendo um grande trabalho. Uma pessoa extremamente respeitada. O presidente tem uma enorme admiração pela ministra Nísia. Então, não existe nenhuma chance. Esse tema não está na pauta. Não pretendemos fazer nenhuma mudança no ministério da Saúde, essa é a posição do nosso governo”, disse o ministro em entrevista à GloboNews.
Por muitos anos, o Ministério da Saúde teve influência do PP, sigla do presidente da Câmara, Arthur Lira. A legenda, hoje, faz oposição a Lula. Para conquistar uma maior base de apoio na Câmara dos Deputados e aprovar projetos de interesse do governo, o petista precisará fazer concessões a Lira, de acordo com interlocutores do Planalto.
Além de uma ala do PP, o próprio PT está de olho na pasta, que enfrentou denúncias de irregularidades durante a pandemia de covid-19, quando era dirigida por Eduardo Pazuello, hoje deputado pelo PL.
A ministra Nísia Trindade, ex-presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), não é ligada a nenhum partido. Entre as queixas dos deputados sobre a atuação da chefe da pasta estão a falta de interlocução com ela e a demora na liberação de emendas parlamentares por parte do Ministério da Saúde.
Como mostrou o Estadão, Lula resiste a entregar a pasta de Nísia, mas admite ceder cargos nessa estrutura. Na última sexta-feira, 16, o petista se encontrou com o presidente da Câmara e afirmou que vai abrir espaço para o grupo de Lira no primeiro escalão do governo.
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