A corrida para a Prefeitura de São Paulo já tem cinco pré-candidatos na disputa. Além do atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), que deve tentar a reeleição, há dois nomes confirmados na direita – Kim Kataguiri (União Brasil), aprovado nas prévias da sigla no dia 3 de agosto, e Astronauta Marcos Pontes (PL). Guilherme Boulos (PSOL) é o único nome à esquerda.
Tabata Amaral (PSB) é única mulher do páreo. Como mostrou o Estadão, o nome dela está em pauta na alta cúpula do PSDB, que vê na deputada federal um nome mais moderado para a disputa e quer atrai-la para o partido. Ela aparece em terceiro lugar nas pesquisas, com 11% das intenções de voto.
Além desses cinco, há Ricardo Salles (PL-SP), ex-ministro do Meio Ambiente de Jair Bolsonaro (PL). Ele foi o primeiro a vir a público e se apresentar como o escolhido do ex-presidente, mas queimou a largada e foi deixado para trás pela sigla. No começo de outubro, no entanto, ele voltou a se apresentar como pré-candidato, cogitando ir para outras siglas.
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, tem apostado em duas vias: tentar trazer Nunes para a sigla, ou lançar Marcos Pontes, com quem tem viajado em clima de campanha pelo território paulista. A aposta mais alta está no atual prefeito.
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Além disso, Bolsonaro também tem se aproximado de Nunes, mostrando que já tem seu candidato na cidade. Os dois tiveram alguns encontros nos últimos meses e a preferência tem se mostrado recíproca. No dia 4 de agosto, Nunes foi até a sede do PL se reunir com Valdemar e o ex-presidente, para pedir apoio às mudanças sugeridas na reforma tributária. O prefeito da capital paulista também tem o apoio de Gilberto Kassab (PSD) e Ciro Nogueira (PP-PI).
Na outra ponta, Boulos é o candidato da esquerda. Além de contar com o apoio de Luiz Inácio Lula da Silva, Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, e Fernando Haddad, ministro da Fazenda, o deputado já disputou a Prefeitura de São Paulo em 2020 e foi para o segundo turno com Bruno Covas, titular da chapa vencedora.
Nas redes sociais e nas discussões sobre políticas públicas, Nunes e Boulos já externalizam clima de competição. A tendência é que se repita um cenário de polarização, opondo direita e esquerda nas eleições de 2024.
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Veja a seguir quem são os cinco pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo.
Kim Kataguiri (União Brasil)
Aprovado nas prévias do partido nesta segunda, o deputado federal de 27 anos é um dos líderes do Movimento Brasil Livre (MBL), nascido em junho de 2013 com o mote antipetista. Desde 2019 na Câmara, Kataguiri passou a adotar um tom mais moderado e se desvinculou do bolsonarismo, gesto feito por todo o MBL.
Ricardo Nunes (MDB)
Antes de ser prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes foi vereador na cidade e encabeçou propostas contra a chamada “ideologia de gênero”. Em 2020, ele se candidatou à vice na chapa de Bruno Covas, falecido em razão de um câncer. O emedebista é o favorito de Jair Bolsonaro e tem se aproximado do PL de Valdemar Costa Neto. A tendência é que ele polarize a disputa ao lado de Boulos.
Guilherme Boulos (PSOL)
Dirigente nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), Boulos é o nome favorito da esquerda. Ele afirma ter a chancela de Lula e do PT para o pleito. Em 2020, quando perdeu para Bruno Covas, Boulos teve mais de 40% dos votos da capital paulista. Quando disputou a cadeira que atualmente ocupa na Câmara, ele obteve 1,1 milhão de votos, ultrapassando Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
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Astronauta Marcos Pontes (PL)
O senador, que foi ministro da Ciência e Tecnologia de Jair Bolsonaro, tem se apresentado em eventos, ao lado de Valdemar Costa Neto, como pré-candidato à Prefeitura de São Paulo. Nos bastidores, ele seria um plano B na hipótese de a aliança com Nunes solapar. Pontes é visto como um bolsonarista moderado e distante de polêmicas.
Tabata Amaral (PSB)
A deputada do PSB é um dos nomes que o PSDB de Eduardo Leite ventila para o próximo pleito. Embora tenha defendido o voto em Lula no segundo turno da eleição passada, Tabata se disse “frustrada” com as medidas da gestão e defendeu a existência de um candidato de esquerda “com visão econômica de centro”.
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