Segundo turno em Ribeirão Preto marca disputa entre Tarcísio e Zema para 2026; entenda

Ricardo Silva (PSD) e Marco Aurelio (Novo) colocam os dois governadores, que integram lista de possíveis postulantes à Presidência pela direita, em palanques opostos

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Foto do author Karina Ferreira

Os dois candidatos que disputam o segundo turno em Ribeirão Preto (SP), a 314 quilômetros da capital paulista, colocam em palanques diferentes dois dos possíveis postulantes da direita à Presidência da República nas eleições de 2026: de um lado, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e, do outro, o de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo).

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Chefes do Executivo dos dois Estados mais populosos do País, os dois aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aparecem nas redes sociais e nas propagandas no horário eleitoral gratuito dos adversários pela prefeitura de Ribeirão. Tarcísio apoia o deputado federal Ricardo Silva (PSD), que passou para a segunda etapa do pleito com 48,44% dos votos válidos. Zema aparece ao lado do correligionário Marco Aurélio (Novo), que teve 24,94% no primeiro turno.

A estratégia na comunicação de cada um se apoia na fama dos governadores. Enquanto Ricardo Silva tenta firmar sua imagem na “confiança” e na “experiência” representadas por Tarcísio, Marco Aurélio, estreante na política, aposta na “mudança” e em uma “cara nova” para a cidade do interior.

Candidato a prefeito de Ribeirão Preto (SP) Ricardo Silva (PSD) e governador de São Paulo (SP), Tarcísio de Freitas (Republicanos); candidato Marco Aurélio (Novo) e governador de Minas Gerais (MG), Romeu Zema (Novo). Foto: @ricardosilva e @marcoaurelioempreendedor via Instagram

“Cristão, apoiador da livre iniciativa, entusiasta do agronegócio”, assim Silva é qualificado por Tarcísio. Nas redes sociais, o candidato aparece em vídeos ao lado do governador de São Paulo comemorando a ida ao segundo turno, mas também em peças na primeira etapa do pleito e em 2023, anunciando o envio de emendas parlamentares, enquanto deputado, para a construção de uma nova emergência para o Hospital das Clínicas da cidade. Quem chega em seu perfil no Instagram, vê logo o rosto de Tarcísio estampado nas três primeiras publicações fixadas.

No perfil de Aurélio, o governador mineiro é figura frequente. “Somos um partido que preza a ética, a transparência e o combate à corrupção 24 horas por dia. Precisamos, sim, derrotar a velha política”, diz Zema ao lado do candidato. Outros nomes do Novo, como o deputado federal Ricardo Salles (Novo-SP), que se filiou ao partido em agosto, e do ex-deputado federal e ex-procurador da República, Deltan Dallagnol (Novo), também aparecem em publicações ao lado do candidato.

Segundo pesquisa Quaest divulgada na véspera do primeiro turno, 5 de outubro, Silva aparecia com 63% das intenções de votos válidos, o que indicava que a disputa seria decidida já no dia 6. Aurélio aparecia com 10% das menções, atrás do candidato do PT, Roque, com 17%, e empatado numericamente com André Trindade (União), que tinha 9%.

No cenário considerando votos totais (com nulos, brancos e indecisos), Silva tinha 45% das menções; Roque, 13%; Trindade, 7%; e Aurélio, 6%.

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Disputa em 2026

Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, disse no último dia 11, em entrevista à GloboNews que tanto Tarcísio quanto o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) podem ser o nome da direita para o próximo pleito presidencial. “O primeiro da fila é Tarcísio, mas temos o Eduardo Bolsonaro também”, afirmou o dirigente partidário.

Mesmo com o ex-presidente inelegível até 2030, Valdemar afirmou acreditar que Bolsonaro pode ser candidato em 2026 e explicou que o partido levará a anistia à pauta do Congresso Nacional.

Segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada em 13 de outubro, se as eleições gerais de 2026 fossem realizadas hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teria 32% dos votos, seguido pelo empresário e influenciador Pablo Marçal (PRTB), com 18%, e por Tarcísio, com 15%, em um cenário sem Bolsonaro.

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