Segurança de Carla Zambelli é liberado após pagar fiança; armas são apreendidas

Deputada federal reeleita e seus seguranças perseguiram eleitor do PT no sábado, em São Paulo; houve disparo de arma de fogo

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Foto do author Marianna Gualter
Atualização:

O segurança da deputada federal Carla Zambelli, preso em flagrante no início desta madrugada, foi liberado após o pagamento de fiança, informou a Secretaria Estadual de Segurança Pública de São Paulo, em nota. Ainda de acordo com o texto, as armas da deputada e do segurança – identificado como um policial militar de 46 anos, identificado apenas como Daniel – foram apreendidas e vão precisar passar por perícia. “Foram solicitados exames periciais ao IC e IML. A Polícia Civil apura todas as circunstâncias dos fatos”, diz a nota.

A Secretaria afirma que Zambelli possui porte de arma e apresentou documentação na 78.° Departamento Policial, no bairro do Jardins, na capital paulista. “Com relação à resolução 23.669/2021, que nos artigos 154 e 154-A proíbe o transporte de arma de fogo a 100 metros da seção eleitoral nas 48 horas que antecedem o pleito, não havia nenhuma seção eleitoral próxima ao local”, pontua.

Carla Zambelli deu depoimento à polícia depois de aparecer empunhando uma pistola enquanto persegue um homem. Foto: Alex Silva/Estadão

Entenda o caso

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A deputada federal reeleita Carla Zambelli (PL-SP), uma das principais aliadas do presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso, se envolveu neste sábado, 29, em uma confusão nos Jardins, em São Paulo. Em vídeos divulgados nas redes sociais em poder da Polícia Civil, a parlamentar aparece empunhando uma pistola enquanto persegue um homem negro, que é agredido por outras pessoas. Um tiro é disparado pelo grupo do qual fazia parte a deputada. Carla alega ter sido agredida.

O jornalista Luan Araújo, alvo do grupo liderado por Zambelli, compareceu ao 4.º Distrito Policial (Consolação) para prestar queixa contra a deputada. Os advogados de Luan alegam que a parlamentar praticou os crimes de racismo, disparo de arma de fogo e porte ilegal de arma na véspera da eleição.

“Eu ia a uma comemoração de chá de bebê e acabei o dia com uma arma apontada para mim por causa de uma discussão política”, disse Luan ao sair da delegacia.

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Luan Araújo, que foi perseguido por Carla Zambelli e seus seguranças, no sábado Foto: Alex Silva/Estadão

Luan afirmou que a discussão com Zambelli teve início quando ele saía de uma hamburgueria com um boné do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e ouviu um grito de “amanhã é Tarcísio”, referente à disputa ao governo paulista entre Tarcísio Freitas (Republicanos) e Fernando Haddad (PT). Ele teria respondido “amanhã é Lula”, dando continuidade às provocações. A discussão se agravou e ambos os lados começaram a se xingar, segundo Luan.

A deputada federal Carla Zambelli afirmou no início da madrugada deste domingo, 30, após prestar depoimento na Polícia Civil, que vai votar armada no segundo turno das eleições. Ela justificou a ação como uma forma de se defender após o ocorrido deste sábado. A parlamentar alega ter passado a sofrer ameaças após a repercussão do caso. / COLABORARAM LUIZ HENRIQUE GOMES E MARCELO GODOY

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