Sem Bolsonaro, Avenida Paulista terá trios elétricos e reforço policial

Ao todo, 13 carros de som pediram à PM autorização para ir à avenida; desfile cívico-militar ocorrerá no Ipiranga

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Enquanto o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) concentrou sua agenda do feriado de 7 de setembro no Rio e em Brasília, 13 grupos com discursos radicais e ligação com candidatos de direita reservaram espaços para tomar a Avenida Paulista, que receberá reforço policial. Em outra frente, grupos bolsonaristas planejam fazer uma motociata entre o Parque do Ibirapuera, na zona sul, e a avenida Paulista, mas a Polícia Militar já se opôs à iniciativa.

No mesmo dia, também é esperada a presença de apoiadores do presidente na comemoração do bicentenário da Independência no Ipiranga, na zona sul. O policiamento ali será reforçado com 790 policiais militares pela manhã e 216 à tarde a fim de garantir a manutenção da ordem pública no desfile cívico-militar em toda a extensão da Avenida d. Pedro I e no evento (à tarde) de reinauguração do Museu Paulista, no Parque da Independência. Pela primeira vez o desfile será junto ao parque.

Em 2021, Bolsonaro participou dos atos na Avenida Paulista, lançou dúvidas sobre as urnas eletrônicas e atacou o STF; neste ano, o presidente não deve comparecer. Foto: Paulo Lopes/AFP

foto: Mais de 125 mil pessoas foram à Avenida Paulista em 2021; número não deve se repetir este ano

Mapa

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O mapa do feriado na Avenida Paulista foi traçado na sexta-feira, em uma reunião com representantes dos movimentos que apresentaram interesse em se manifestar. Participaram da reunião representantes da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros, da Polícia Civil, da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), da Guarda Civil Metropolitana (GCM), da Subprefeitura da Sé, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e do Ministério Público.

Durante o encontro, foram apresentados os parâmetros legais e também estabelecidos procedimentos operacionais a fim de disciplinar e auxiliar a realização dos movimentos.

Há preocupação também com o espaço aéreo no Ipiranga. Só será autorizado o voo de drones, durante o desfile, mediante liberação do IV Comando Aéreo Regional da Força Aérea Brasileira. Os equipamentos sem autorização estarão passíveis de apreensão. Com Bolsonaro em Brasília e no Rio, o evento no Ipiranga contará com o governador Rodrigo Garcia (PSDB) e o prefeito Ricardo Nunes (MDB).

A lista de “grupos” que conseguiram o aval da PM para estacionar carros de som na Avenida Paulista no 7 de Setembro tem 13 nomes. Entre eles: Destro, Patriotas do QG, Patriotas do Brasil, Movimento Monarquista, Damas de Aço e Trio Elétrico Sol Nascente. O Patriotas do QG, por exemplo, prega “intervenção militar com Bolsonaro no poder”.

Sem a presença de Bolsonaro, o público na Avenida Paulista não deve ser o mesmo de 2021. No ano passado, o presidente participou dos atos de 7 de Setembro na via – a Secretaria de Segurança estimou que 125 mil manifestantes foram ao local. Bolsonaro usou o discurso para lançar dúvidas sobre as urnas eletrônicas e atacar o Supremo Tribunal Federal. E chegou a afirmar que não iria mais obedecer decisões do ministro Alexandre de Moraes.

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Neste ano, o presidente estará em um ato eleitoral no Rio. Ele tentou transferir o desfile militar do Comando Militar do Leste (CML) do centro da cidade para Copacabana, onde será seu evento, mas não conseguiu. O desfile acabou cancelado, mas não os festejos militares programados para a orla.

Desfile

Em São Paulo, o Comando Militar do Sudeste prepara para o desfile no Ipiranga uma festa com mais de 6 mil militares das três Forças. São 349 militares da Marinha, 5.029 do Exército e 858 da Força Aérea. Estarão ali entre outras unidades a 11.ª Brigada de Infantaria Motoriza, a 12.ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel) e tropas do CML, como a 4.ª Brigada de Infantaria Leve (Montanha) e a Brigada Paraquedista, além de alunos de escolas militares e cadetes equatorianos. Por fim, vão participar 1.015 policiais e 3 mil civis. A parte motorizada do desfile terá 117 veículos da Marinha e do Exército.

COLABOROU MARCELO GODOY

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