BRASÍLIA - O MDB oficializou neste domingo, dia 31, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, como candidato à reeleição. A candidata a vice-governadora será a deputada Celina Leão (PP). A ex-ministra da Secretaria de Governo, deputada Flávia Arruda (PL), disputará o Senado, em chapa avalizada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). Os três partidos promoveram uma convenção conjunta na capital federal.
Em auditório lotado de apoiadores com bandeiras e tambores, a convenção foi marcada pela ausência de Bolsonaro e por vaias ao ex-presidente Michel Temer (MDB), que subiu ao palanque, mas discursou brevemente diante da rejeição popular.
Apesar de ter sido citado por Ibaneis, Flávia e Celina, Bolsonaro também não apareceu nos materiais de propaganda, como banners e painéis instalados no auditório do Centro de Convenções Ulysses Guimarães.
O governador Ibaneis buscou se vincular a Bolsonaro por meio do Auxílio Brasil, falando numa espécie de dobradinha, como se formassem uma única gestão. “No governo Ibaneis-Bolsonaro tem benefícios sociais”, afirmou, na tentativa de se associar a um dos trunfos eleitorais de Bolsonaro. Ao Estadão/Broadcast Político, Ibaneis afirmou não saber o motivo da ausência do presidente.
O governador elogiou o ex-presidente Temer e ignorou completamente a senadora Simone Tebet, candidata do MDB ao Palácio do Planalto.
Na mais recente pesquisa local de intenção de voto, elaborada pela Quaest, Bolsonaro e o candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, estão tecnicamente empatados, com 36% e 32%, respectivamente.
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Vaiado, Temer fez um pronunciamento rápido com elogios a Ibaneis, Flávia Arruda e Celina Leão. Questionado pela reportagem se o apoio do governador a Bolsonaro não causa desconforto à candidatura própria de Tebet, Temer não quis responder.
Flávia Arruda lembrou que foi ministra-chefe da Secretaria de Governo de Bolsonaro e fez discurso voltado às mulheres. “Lugar de mulher é onde ela quiser”, frisou. Na avaliação da candidata ao Senado, a chapa formada é “sinônimo de união”.
A Presidência da República não divulgou nenhum compromisso da agenda oficial de Bolsonaro, tampouco seu comitê de campanha. De acordo com a ex-ministra, dirigente do PL no DF, o presidente teria outros compromissos no mesmo horário. “Ele me avisou há um mês”, disse.
Ausente na convenção da aliança MDB-PP-PL na cidade onde mora, Bolsonaro viajou a Goiânia, na sexta-feira, dia 29, e a São Paulo, no sábado, dia 30, para reforçar a imagem de dois aliados candidatos a governador: Major Vitor Hugo (PL-GO) e Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP).
Acordada há mais de um ano, a aliança entre Ibaneis e Flávia, agora homologada, ficou sob risco e só foi retomada após intervenção de Bolsonaro. O presidente rifou da composição a pastora Damares Alves (Republicanos), ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos. Ela também desejava ser candidata ao Senado.
O presidente agiu para evitar a divisão do palanque bolsonarista no Distrito Federal. O ex-governador José Roberto Arruda (PL), cassado e preso no escândalo do mensalão do DEM, recuperou direitos políticos por decisão do Superior Tribunal de Justiça e foi estimulado a disputar a eleição ao Palácio do Buriti contra Ibaneis.
Em resposta, Ibaneis lançou a ideia de chapa com Damares ao Senado, forçando uma recomposição. Bolsonaro participou das conversas, que terminaram com o pacto retomado. Arruda aceitou ser candidato à Câmara dos Deputados.
Arruda disse durante a convenção que voltou à cena para reeleger Ibaneis e Bolsonaro. O ex-governador ainda pediu que o emedebista busque ampliar a aliança política da chapa. “Use sua inteligência para trazer Paulo Octávio”, sugeriu Arruda sobre o empresário e político filiado ao PSD.
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