O Senado aprovou por 58 a 18 a indicação do advogado Cristiano Zanin Martins para a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira, 21. Indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Zanin atuou na defesa do petista durante a Operação Lava Jato. O resultado representa um dos menores placares em termos percentuais entre os atuais ministros da Corte. A votação no plenário da Casa foi secreta.
Zanin obteve 76,3% dos votos. Comparado com os outros 10 ministros que fazem parte da Suprema Corte, o nome de Zanin teve uma aceitação maior apenas que André Mendonça, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em 2021, e que Edson Fachin, designado ao cargo pela ex-presidente Dilma Rousseff, em 2015.
A maior aprovação entre os atuais ministros foi a de Carmen Lúcia, indicada por Lula em 2006, quando estava no seu primeiro mandato na Presidência da República. A magistrada teve 55 votos a favor e apenas um contrário, uma aceitação de 98,1% dos senadores. A vitória de Zanin no plenário da Casa ocorre no mesmo dia em que foi a posse da ministra no STF, 21 de junho.
Já a aprovação mais baixa foi a do ministro André Mendonça, indicado por Bolsonaro, em 2021. Designado pelo ex-chefe do Executivo como detentor de um perfil “terrivelmente evangélico”, Mendonça teve 47 votos favoráveis e 32 contra, ou seja, 59,5% dos votos no Senado.
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Com 47 anos, Cristiano Zanin pode exercer a função de ministro da Suprema Corte até 2050, quando completará a idade de 75 anos, sendo obrigado a se aposentar compulsoriamente. Ele vai ocupar a cadeira deixada por Ricardo Lewandowski, que antecipou a aposentadoria em abril deste ano.
Veja o placar das votações no plenário do Senado:
- Cristiano Zanin, em 2023 – indicado por Lula: 58 votos a favor e 18 contra (76,3% de aprovação).
- André Mendonça, em 2021 – indicado por Jair Bolsonaro: 47 votos a favor e 32 contra (59,5% de aprovação).
- Kassio Nunes Marques, em 2020 – indicado por Jair Bolsonaro: 57 votos a favor e 10 contra (85,1% de aprovação).
- Alexandre de Moraes, em 2017 – indicado por Michel Temer: 55 votos a favor e 13 contra (80,9% de aprovação).
- Edson Fachin, em 2015 – indicado por Dilma Rousseff: 52 votos a favor e 27 contra (65,8% de aprovação).
- Luís Roberto Barroso, em 2013 – indicado por Dilma Rousseff: 59 votos a favor e 6 contra (90,8% de aprovação).
- Rosa Weber, em 2011 – indicado por Dilma Rousseff: 57 votos a favor e 14 contra (80,3% de aprovação).
- Luiz Fux, em 2011 – indicado por Dilma Rousseff: 68 votos a favor e 2 contra (97,1% de aprovação).
- Dias Toffoli, em 2009 – indicado por Lula: 58 votos a favor e 9 contra (86,6% de aprovação).
- Cármen Lúcia, em 2006 – indicado por Lula: 55 votos a favor e 1 contra (98,2% de aprovação).
- Gilmar Mendes, em 2002 – indicado por Fernando Henrique Cardoso: 57 votos a favor e 15 contra (79,2% de aprovação).
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