Senador bolsonarista apoia Marçal e age como conselheiro apesar de críticas de Bolsonaro ao ex-coach

Cleitinho Azevedo diz que continua ‘100%’ com o ex-presidente, mas que ‘não se identifica’ com Ricardo Nunes (MDB)

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Foto do author Pedro Augusto Figueiredo

O senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG), aliado de Jair Bolsonaro (PL) em Minas Gerais, disse ao Estadão que continuará apoiando a candidatura de Pablo Marçal (PRTB) para prefeito de São Paulo. Ele conversou com a reportagem na noite de quinta-feira, 22, após a enxurrada de críticas feitas pelo ex-presidente e seus filhos ao influenciador.

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Bolsonaro apoia a reeleição de Ricardo Nunes (MDB). Embora tenha flertado com Marçal no passado, o ex-chefe do Executivo mudou a postura nesta semana e passou a atacar o candidato do PRTB. Como mostrou o Estadão, a popularidade do influenciador entre os eleitores do ex-presidente causa temor em lideranças bolsonaristas de que Marçal tenha força para dividir a direita e se tornar um adversário no futuro.

“Eu continuo 100% com o Bolsonaro, só que nessa questão aí eu optei pelo Marçal. E o Bolsonaro também não fez nenhuma ponderação comigo, entendeu? Não me identifico com Nunes”, disse Cleitinho, acrescentando que tem amizade e já conversava com Marçal “há dois, três anos”. “Eu prezo muito isso”, continuou.

Cleitinho foi eleito senador em 2022 com apoio de Bolsonaro. Foto: Guilherme Bergamini/ALMG Foto: Guilherme Bergamini

Assim como ocorre com Marçal, as redes sociais são a principal ferramenta de comunicação de Cleitinho com seus eleitores. Com 1,8 milhão de seguidores, o senador só perde para Nikolas Ferreira (PL-MG), com 11,4 milhões, e André Janones (Avante-MG), com 2,2 milhões, em presença no Instagram entre os políticos mineiros.

O apoio a Marçal não se limita à internet. Cleitinho afirma que conversa frequentemente com o ex-coach e dá sugestões para a campanha a prefeito de São Paulo. “Eu sempre falo com ele: você já tem um engajamento muito forte na rede social, mas vai pro centro da cidade, vai ficar no meio do povo. Deixa o povo te ver”, afirmou Cleitinho.

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Em um vídeo publicado na segunda-feira, 19, Cleitinho cobra aos gritos que políticos de direita saiam em defesa do candidato do PRTB. Ele menciona a reportagem do Estadão que mostra que o Ministério Público Eleitoral pediu a suspensão da candidatura do influenciador, a quebra de sigilo bancário e sua inelegibilidade por oito anos, por considerar que há abuso de poder econômico.

A Justiça Eleitoral ainda não se manifestou sobre o pedido. Em outra ação, um pedido de liminar para suspender a candidatura de Marçal foi negado na quarta-feira, 21. O secretário-geral do PRTB, Marcos André de Andrade, argumenta que a candidatura do influenciador é irregular porque ele não teria cumprido a exigência do estatuto do partido que determina que os candidatos precisam estar filiados pelo menos seis meses antes da eleição.

“Ele está mexendo na estrutura do sistema. Eu peço para que todos vocês, políticos de direita, deputados federais, senadores de direita, fiquem do lado dele. Ele é o nosso candidato de direita. Não tem essa que é Nunes ou que é outro, não. É por isso que estão fazendo isso com ele, igual fizeram com Bolsonaro”, diz Cleitinho na gravação.

O senador mineiro também recebeu o influenciador em seu gabinete no Senado, em Brasília, no início de junho. “É uma honra recebê-lo aqui no gabinete. Você já é, mas vai ser um dos maiores líderes políticos do Brasil”, disse Cleitinho na ocasião. “Conta comigo pra o que der e vier”, comentou Marçal na publicação.

Cleitinho trabalhava como vendedor no sacolão de sua família em Divinópolis (MG) quando se elegeu vereador em 2016. Depois, foi eleito deputado estadual em 2018 e, na eleição municipal de 2020, lançou o irmão gêmeo como candidato a prefeito da cidade e o irmão mais velho como candidato a vereador. Ambos foram eleitos.

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O caminho de Cleitinho se cruzou com o de Bolsonaro somente em 2022. No primeiro pleito com o apoio do ex-presidente, ele se elegeu senador por Minas Gerais com 41,5% dos votos, contra 35,8% do hoje ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), que tinha como aliados o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD).

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