Flopou ou não flopou? A discussão principal entre direita e esquerda nas redes, neste domingo (21), ficou centrada em um debate inócuo se o público presente na manifestação convocada por Jair Bolsonaro, em Copacabana, foi avassalador ou se revelou algum sinal de enfraquecimento do bolsonarismo. Cada lado impondo sua visão, na busca de exaltar ou rebaixar um movimento extremamente popular, de grande impacto, mas que tem se tornado uma novela arrastada, sem grandes novidades.
E no enredo dessa novela, o capítulo de hoje pareceu nitidamente repetido. Pessoas vestindo verde-amarelo, bradando pela liberdade, na tentativa de reduzir o impacto das investigações sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado no Brasil. Nada muito diferente do que se viu na Av. Paulista, no dia 25 de fevereiro, mas agora com menos brilho, uma vez que já não havia fatos novos de grande impacto.
O acontecimento mais relevante, destacado pelo ex-presidente em seu discurso, foi o posicionamento de Elon Musk contra Alexandre de Moares, que, visando alimentar ainda mais a polarização, deu corda à ideia de que regulação das redes é tentativa de censura às vozes de direita. Mas mesmo esse episódio, exaustivamente falado nas últimas semanas, não era algo novo.
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O evento de hoje, portanto, ficou marcado pela simples necessidade de se manter em voga a polarização política. Algo plenamente corroborado pelo lulismo. Enquanto o Brasil se foca em duas únicas forças de grande envergadura, não sobra espaço para novos atores que possam debater uma agenda mais racional e distante do fundamentalismo que alimenta os conflitos no ambiente online. Afinal, os algoritmos das redes sociais privilegiam os conflitos e amam o radicalismo, dando a ele voz e eco.
É um movimento onde uma hora a direita avança uma peça, mas logo a esquerda faz a sua jogada. Uma dança, ensaiada desde 2018, que segue no palco. A plateia se movimenta em torno desse ritmo, mas parte do público que antes se empolgava com os brados ecoados está cansada, provavelmente porque, em uma guerra de forças equivalentes, a destruição de reputações atinge os dois lados.
O embate político, protagonizado pela direita e esquerda, parece ter se reduzido a um ciclo repetitivo, onde os eventos se desdobram com uma previsibilidade exaustiva, em uma saga interminável.
Não se falou em Copacabana sobre soluções para a economia, para a criminalidade que assola o País inteiro, para a educação. E esse vazio de conteúdo ocorre porque, enquanto a política nacional continuar refém dessa polarização desgastante e estéril, o verdadeiro progresso e a busca por resultados eficazes para os desafios do país continuarão sendo adiados.
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