As teses recentes que observam o fenômeno da comunicação nas redes têm incorporado às análises a ideia de Economia da Atenção. Segundo essa teoria, em um ambiente onde há uma imensidão de conteúdos sendo produzidos e compartilhados, a atenção vira um produto limitado, com alto valor agregado.
Quem consegue atrair atenção adquire, automaticamente, a capacidade de influenciar pessoas e isso vale também para a política, que tem se deslocando dos gabinetes de Brasília para as redes sociais.
O deputado influencer é hoje um potencial agregador de votos. É quem consegue atrair multidões para uma reunião, um comício ou uma manifestação. Isso em política é sinônimo de poder.
Nesse contexto, a escolha de Nikolas Ferreira, pelo PL, para presidir a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados mostra-se uma decisão estratégica para o partido ampliar a difusão das ideias conservadoras.
O jovem deputado mineiro é um nativo digital, ou seja, já nasceu no ambiente das redes. Ele totaliza cerca de 20 milhões de seguidores no Instagram, X, YouTube e TikTok. É um político que se construiu com discursos virais e, dessa forma, agregou muita atenção à sua atuação. Atenção essa que, sendo um bem valioso, será usada agora pela direita, como contraponto às políticas de educação do governo Lula e da esquerda em geral.
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A ascensão de Nikolas Ferreira ao alto clero decisório do Congresso ilustra a crescente importância da influência digital na esfera política. Sua capacidade de mobilizar milhões de seguidores online representa uma mudança significativa na forma como os partidos políticos buscam alcançar e persuadir o eleitorado.
Mas essa nomeação também levanta questões sobre os critérios de liderança e expertise em áreas cruciais como a educação, alimentando debates sobre o equilíbrio entre popularidade e competência técnica na formulação de políticas públicas.
Além disso, a ascensão de um político influencer destaca a crescente polarização nas instituições, deixando os moderados com pouca margem de manobra.
Enquanto alguns veem a nomeação de Nikolas como uma oportunidade para ampliar o debate conservador na educação, outros manifestam preocupações sobre a instrumentalização da política para fins de autopromoção e a possibilidade de desviar o foco de questões fundamentais para agendas mais superficiais.
Portanto, a indicação de Nikolas Ferreira para presidir uma das mais importantes comissões da Câmara é mais do que apenas uma escolha estratégica de um partido político. É um reflexo das transformações profundas que ocorrem na política contemporânea.
Como sociedade, devemos estar atentos às implicações dessas mudanças e buscar um equilíbrio entre a necessidade de representação diversificada e a importância de termos atores capacitados na tomada de decisões que afetam o futuro do Brasil. Um caminho ainda está sendo construído e só irá prosperar quando os eleitores entenderem que não basta apenas lacração e que é preciso que haja resultados concretos.
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