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Opinião|Legado das Olimpíadas de Paris: Brasil unido em torno do esporte e na 12ª posição em medalhas

Os dados revelam que 5 de agosto, quando Rebeca Andrade ganhou a medalha de ouro no solo, foi o dia com mais menções positivas, que atingiram 80,6% do postado sobre os jogos

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Foto do author Sergio Denicoli

Nas duas últimas Olimpíadas, o Brasil se consolidou como uma potência mundial no esporte de alto rendimento. Foram 41 medalhas conquistadas. Números que deixam claro que o País está no caminho certo da valorização de atividades que estimulam a prática esportiva.

Se computarmos o total de medalhas, o Brasil ficou na 12º colocação, empatado com a Nova Zelândia, em uma lista que conta com 206 países. E se observarmos a média de medalhas de acordo com o PIB dos países, o Brasil sobe para a 9ª colocação.

Vôlei Feminino do Brasil recebe a medalha de bronze. - Foto: Miriam Jeske/COB Foto: Miriam Jeske/COB

Além das 20 medalhas conquistadas em Paris, o Brasil esteve em outras 11 disputas diretas de medalhas, ficando em 4º ou 5º lugares.

O resultado é um feito extraordinário, que revela que a ideia de País do futebol ficou para trás. Hoje somos o País da ginástica, do volêi, do Boxe, da Marcha Atlética, do Skate, do Surfe e de tantas outras modalidades.

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Quem não se emocionou vendo as crianças que praticam ginástica comemorando as vitórias de Rebeca Andrade? Quem não lembra de Rayssa Leal quando vê um jovem com um skate nos pés? Quem não fica feliz observando uma partida de tênis de mesa parando o Brasil para acompanhar Hugo Calderano? Os exemplos do êxito esportivo do Brasil são inúmeros.

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Nas redes sociais, a participação do País se refletiu em um engajamento gigantesco por parte dos torcedores. O perfil oficial do Time Brasil, no Instagram, ganhou 2,5 milhões de novos seguidores, totalizando 3,1 milhões, e ultrapassando o volume de seguidores do Team USA, que contabiliza 2,4 milhões.

A AP Exata contabilizou cerca de 1,2 milhões de menções aos atletas e ao Comitê Olimpíco Brasileiro (COB), durante a realização dos jogos de Paris. A confiança foi o sentimento mais presente, estando em 20,3% dos posts sobre as Olimpíadas. A alegria pautou 14,4% das publicações. Os sentimentos negativos foram menos destacados. O desgosto pontuou 6,4%, enquanto a tristeza, refletindo o incômodo por algumas disputas nas quais o Brasil não venceu, alcançou 10,9%.

Os dados revelam ainda que 5 de agosto, quando Rebeca Andrade ganhou a medalha de ouro no solo, foi o dia com mais menções positivas, que atingiram 80,6%. O segundo dia mais positivo foi 2 de agosto, com um percentual de 75,6%, foi quando Beatriz Souza ganhou a medalha de ouro no Judô. Ou seja, o Brasil, que vinha tão dividido, se uniu em torno do esporte.

Tudo isso é resultado de um trabalho focado, capitaneado pelo COB, que envolveu atletas, confederações e equipes técnicas. O Comitê superou mazelas do passado e se reergueu, com credibilidade.

O atual presidente, Paulo Wanderley, assumiu o cargo em 2017, substituindo Carlos Arthur Nuzman, que deixou o COB após ter sido preso, acusado de envolvimento em esquema de propinas envolvendo a escolha do Rio como sede dos Jogos Olímpicos em 2016.

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Deste então, os escândalos ficaram no passado e os resultados chegaram, com um amplo investimento também nas Confederações e no estímulo aos atletas. Assim, o Brasil teve em Tóquio e em Paris as duas melhores Olimpíadas da história, em termos de pódios conquistados.

Programas como o Bolsa Atleta também possibilitaram aos esportistas se dedicarem exclusivamente aos seus treinamentos.

É, portanto, um momento de celebrar, mas também de olhar para o futuro com responsabilidade e ambição. O Brasil se firmou como uma potência olímpica e o desafio agora é manter e expandir esse legado.

Com o apoio contínuo aos atletas e o fortalecimento das políticas esportivas, é possível alcançar voos ainda mais altos, inspirando novas gerações e consolidando o esporte como uma ferramenta de transformação social em todo o país.

Que este seja apenas o começo de uma trajetória de conquistas ainda maiores e que os nossos campeões sigam inspirando a todos e unindo o Brasil.

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Opinião por Sergio Denicoli

Autor do livro TV digital: sistemas, conceitos e tecnologias, Sergio Denicoli é pós-doutor pela Universidade do Minho e pela Universidade Federal Fluminense. Foi repórter da Rádio CBN Vitória, da TV Gazeta (Globo-ES), e colunista do jornal A Gazeta. Atualmente, é CEO da AP Exata e cientista de dados.

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