A vitória de Donald Trump traz de volta ao cenário global uma figura polarizadora,movida pela lógica do imprevisível e por uma personalidade polêmica. Conhecido por desafiar convenções, seu retorno à Casa Branca já coloca em evidência, nas conversações das redes, três temas globais, para além das questões domésticas como imigração: a geopolítica mundial, as pautas ambientais e o mercado financeiro, por conta de sua apologia às criptomoedas.
Geopoliticamente, a volta de Trump reforça uma visão protecionista que coloca a autossuficiência dos Estados Unidos como prioridade. Cético declarado sobre intervenções prolongadas, ele herdará a administração de uma guerra na Ucrânia e tensões no Oriente Médio, mas já sinaliza que reduzirá o engajamento nesses conflitos. Não sem motivos, o termo “Ucrânia” já aparece entre os mais comentados pelos internautas.
Em relação ao mercado financeiro, o resultado das urnas trouxe euforia ao setor de criptomoedas. Trump, que inicialmente foi um crítico das criptos, agora vê nelas um recurso estratégico para o tesouro norte-americano. Durante a campanha, chegou a sugerir que os EUA poderiam se tornar uma “superpotência de bitcoin”, sob sua tutela.
Esse movimento gerou um grande aumento no valor da moeda, com o preço do Bitcoin chegando a um recorde histórico de US$ 75 mil, logo que foi percebido o recado das urnas. Uma grande quantidade de internautas se manifestou comemorando ganhos por conta da valorização imediata das criptos.
No caso do meio ambiente, perfis preocupados com as mudanças climáticas temem que a liderança de Trump seja desastrosa em relação a questões como o aquecimento global e os desastres ambientais.
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No Brasil, o impacto nas redes tem sido igualmente intenso. Apoiadores brasileiros de Trump celebram o resultado, interpretando o retorno dele como uma defesa dos interesses nacionais contra o “globalismo.” Por outro lado, críticos expressam preocupações sobre as implicações do discurso ultraconservador e negacionista do presidente eleito e entendem que a direita mais radical poderá se reforçar.
A verdade é que Trump novamente no centro de poder mundial sinaliza uma nova era de prioridades nacionais, influenciando outros países a reforçarem políticas voltadas para suas próprias necessidades e interesses. Ele volta, portanto, colocando em evidência o “salve-se quem puder” e o “quem pode mais chora e menos”. Só não pode esquecer que “quem planta espinho não colhe flores”, e que “as consequências vêm depois”, como dizia o Barão de Itararé.
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