Serra condena contrabando de remédios

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Por Agencia Estado
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Na rápida passagem pelo supermercado Carrefour-Limão, na Marginal Tietê, um dos postos da Campanha Multivacinação, o ministro da Saúde, José Serra, foi taxativo ao comentar sobre o contrabando de remédios vindos do Paraguai. "Isso é um problema criminal, da Polícia Federal e da Receita. Infelizmente o Ministério da Saúde não trabalha nessa área diretamente. Mas o fato é um crime completo e se for necessário nós vamos reforçar a legislação para impedir isso. Já chega contrabando de cigarro ao qual estão dedicados países como Paraguai e Uruguai. Agora remédio já é demais, francamente!" Sobre o licenciamento compulsório da patente do remédio anti-Aids Nelfinavir, Serra se declarou totalmente disponível para uma conversa com o laboratório Roche, fabricante do medicamento. "Enquanto isso, as providências para fabricá-lo no Brasil vão tendo seqüência", alerta ele, comentando também sobre a repercussão do caso na imprensa estrangeira. "Nós temos aqui uma política contra Aids séria, que é considerada a melhor do mundo em desenvolvimento. É normal que nos outros países isso seja comentado. Estamos adotando as medidas não para que tenhamos repercussão mundial, pois não estamos interessados em notoriedade, mas sim em preços baixos. Com preços menores poderemos continuar atendendo os portadores da doença." Só com o Nelfinavir, o Brasil gasta, por ano, mais do que com todas as vacinas que são aplicadas pelo País. "Nós gastamos menos com 320 milhões de unidades do que com o Nelfinavir, um dos doze medicamentes do coquetel contra a Aids. Não dá para suportar isso. O meu papel é garantir aos portadores do vírus da Aids e àqueles que, por infelicidade, venham a contrair a doença no futuro, a assistência necessária. Essa é a nossa batalha." A respeito das frentes de saúde a que pretende se dedicar com mais afinco nos últimos meses do governo Fernando Henrique, Serra não pretende priorizar nenhuma delas. "No Ministério da Saúde tudo é prioridade. A saúde pública no Brasil é como o organismo humano: você não pode dizer que o pulmão é mais importante que o coração, mais importante que o fígado. Tudo é importante e nós estamos nos dedicando a todas as frentes." Serra avisou também que não pretende se encontrar com o presidente Fernando Henrique, que veio a São Paulo neste fim de semana a fim de realizar exames de saúde. "Deixa ele fazer o check up em paz...e eu vou descansar, pois cheguei hoje do Mato Grosso."

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