Trabalhadores da Fundação Nacional do Índio (Funai) fazem paralisação nacional nesta quinta-feira, 23, em protesto pelas mortes do colega Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips. Eles também cobram segurança para atuar em áreas isoladas como o Vale do Javari, região onde os dois foram assassinados, e pedem a demissão do atual presidente da Funai, Marcelo Xavier.
Em Brasília, indigenistas, outros servidores e indígenas que os apóiam protestaram em frente à sede da fundação na manhã desta quinta. Funcionários da Funai da capital federal já estão em greve desde a última segunda-feira, 20. Outros protestos estão previstos em unidades regionais do órgão ao longo do dia. Na Avenida Paulista, em São Paulo, às 17h, está marcado um ato contra o marco temporal de terras indígenas e em apoio à greve.
Em manifesto divulgado, a categoria aponta que a gestão do delegado da Polícia Federal Marcelo Xavier, iniciada em 2019, “demonstra não possuir qualidade mínima para gerir a política indigenista”. No texto, o grupo ainda afirma que as mortes de Bruno e Dom têm como pano de fundo um desmonte da Funai e que “todos os órgãos públicos essenciais passam por situação semelhante” no País.
A paralisação foi decidida em assembleia com representantes da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (CONDSEF/FENADSEF), da Associação Nacional dos Servidores da Funai (ANSEF) e da entidade que representa os indigenistas brasileiros, a INA (Indigenistas Associados).
Homenagens a Bruno e Dom
Depois de seis dias, as perícias dos corpos de Bruno Pereira e Dom Phillips foram concluídas nesta quarta-feira, 22. As famílias aguardam a liberação da Polícia Federal, prevista para esta quinta, para confirmar os velórios e sepultamentos. O indigenista brasileiro será velado na região metropolitana de Recife (PE). Os familiares do jornalista britânico ainda não informaram onde vão ocorrer as homenagens.
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