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As relações entre Executivo e o Congresso

Opinião | Reta final de campanha deve trazer movimentações nas pesquisas estaduais

É normal que parte do eleitorado demore até o fim da campanha para se familiarizar com os candidatos nos Estados, ainda mais quando as eleições presidenciais dominam tanto o noticiário e o debate público

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Foto do author Silvio Cascione

A duas semanas das eleições, a maioria dos eleitores ainda não decidiu em quem votará para deputado federal, e muitos candidatos a governador continuam relativamente desconhecidos do eleitorado. Segundo a última pesquisa Datafolha em São Paulo, 56% dos eleitores dizem conhecer o governador Rodrigo Garcia e o ex-ministro da infraestrutura Tarcísio de Freitas – justamente os dois principais concorrentes de Fernando Haddad, do PT.

É normal que parte do eleitorado demore até o fim da campanha para se familiarizar com os candidatos, ainda mais quando as eleições presidenciais dominam tanto o noticiário e o debate público. As pesquisas de intenção de voto costumam errar mais as projeções para governador e especialmente senador não porque tenham problemas com a metodologia, mas porque grande parte dos participantes da pesquisa sequer conhece as opções até pouco tempo antes do voto.

Candidatos ao Governo de SAO PAULO Fernando Haddad (PT), Tarcísio de Freitas (Republicanos), Rodrigo Garcia (PSDB), Vinicius Poit (Novo) e Elvis Cezar (PDT) participam pelo POOL formado por Estadao, Radio Eldorado, SBT, Terra, Veja e Nova Brasil FM. O encontro terá transmissão, ao vivo, pelo SBT E TV ESTADAO. Foto Werther Santana/Estadão Foto: Werther Santana

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Algumas das eleições estaduais deste ano estão mais sujeitas a essas ondas, justamente nos casos em que há candidatos importantes com alto grau de desconhecimento. Os dois principais casos são São Paulo e Bahia. Nesses estados, a incerteza a respeito do resultado final é maior.

Em São Paulo, onde o governo estadual foi relativamente mal avaliado – em comparação com o governo federal –, o mais provável é que Tarcísio conquiste a vaga para o segundo turno, contando com o apoio leal da base bolsonarista no estado. Mas a disputa com Garcia está acirrada. Para Tarcísio confirmar o favoritismo inicial, seria útil colar com força na imagem do presidente nessa reta final de campanha – mesmo que isso também aumente sua taxa de rejeição. Na Bahia, o candidato do PT, Jerônimo Rodrigues, ainda tem bastante espaço para crescer, e tende a ser a principal surpresa das eleições a governador em 2022.

Pesquisas para presidente

Enquanto isso, na corrida presidencial, as pesquisas indicam que a semana passada foi boa para Lula, que continua com a esperança de vencer em primeiro turno. Há sinais de que parte dos eleitores de Ciro Gomes e Simone Tebet já começam a migrar para Lula – conforme indicado pela pesquisa FSB/BTG desta manhã. Lula ainda precisa avançar mais nesse eleitorado nessas próximas duas semanas, ou contar com um enfraquecimento de Bolsonaro, para conseguir eliminar o segundo turno. A viagem de Bolsonaro ao exterior não deve ter grande influência. O lugar onde o presidente está não é tão importante – e na campanha passada, boa parte do tempo foi dentro de um quarto de hospital. O mais relevante é a mensagem de campanha, em que Lula ainda tem vantagem sobre Bolsonaro nos principais temas que preocupam o eleitor.

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Opinião por Silvio Cascione

Mestre em ciência política pela UNB e diretor da consultoria Eurasia Group

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