Documento redigido pelo advogado da ex-gerente da Petrobras Venina Velosa da Fonseca, e obtido pela revista Veja, afirma que o sindicalista Geovane de Morais teria atuado no desvio de recursos da estatal para o PT da Bahia. Segundo a revista, Morais, que trabalhava na gerência de comunicação da Petrobras, é aliado de petistas.Ele teria simulado a contratação de serviços de empresas ligadas a petistas que eram acertados e pagos sem nenhum contrato formal. Duas dessas empresas teriam prestado serviços à campanha do atual ministro da Defesa, Jaques Wagner (PT), ao governo da Bahia. Para fazer os contratos sem formalização, Morais teria contado com a "proteção" do então presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, e do Palácio do Planalto, segundo a Veja. De acordo com o relato de Venina a seu advogado, todos os gastos de comunicação da Petrobras tinham que ser aprovados pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República antes de executados.A reportagem afirma ainda que Morais teria fechado em 2008 um negócio com a empresa Muranno Brasil, que teria recebido US$ 13 milhões da estatal para divulgar a marca em provas da Fórmula Indy. De acordo com a revista, o doleiro Alberto Youssef teria afirmado que a Muranno pagou a propina ao esquema, mas teve seus pagamentos suspensos. Por isso, o dono da empresa, Ricardo Marcelo Villani, teria ameaçado denunciar o esquema de corrupção. O caso chegou ao Planalto, e o então presidente Lula teria dado a ordem para comprar o silêncio do empresário, informa a reportagem. A missão teria sido repassada ao ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa, que acionou Youssef, que foi buscar dinheiro com as empresas envolvidas no escândalo.De acordo com a revista, Villani admitiu à Polícia Federal que tratou dos pagamentos cancelados com Paulo Roberto e que, depois desta conversa, teria recebido quase R$ 2 milhões. Villani, no entanto, negou a chantagem. "Não sei de esquema nenhum", declarou o empresário à publicação semanal. Gabrielli disse que iniciou processo contra o funcionário e demitiu Morais. O ministro da Defesa, Jaques Wagner, informou que defende a "ampla apuração dos fatos". Não consta da reportagem uma resposta do ex-presidente Lula.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.