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Redes sociais do senador Marcos do Val, alvo de operação da PF, são bloqueadas

Parlamentar teve perfis do Twitter, do Facebook e do Instagram retirados do ar; PF realiza busca e apreensão em três endereços vinculados ao parlamentar

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Foto do author Isabella Alonso Panho
Atualização:

O senador capixaba Marcos do Val (Podemos-ES) teve as contas dele no Twitter, no Instagram e no Facebook bloqueadas. O parlamentar é alvo de operação da Polícia Federal (PF), que realiza busca e apreensão em três endereços vinculados ao parlamentar, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O celular dele também foi apreendido.

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No perfil do senador no Twitter aparece a mensagem de que a conta foi suspensa por ordem do Poder Judiciário brasileiro. Os perfis do senador no Instagram e no Facebook não aparecem mais nas buscas. Até o momento, a conta de Marcos do Val no YouTube, com 252 mil inscritos, está ativa.

Nesta semana, o senador fez publicação em que sugeria que o ministro Alexandre de Moraes fosse investigado no inquérito que está sob sua própria relatoria, sobre os atos de 8 de janeiro.

Antes, o parlamentar divulgou trechos de relatório da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) com alertas sobre a ofensiva golpista. No post, Marcos do Val afirmou: “Vocês irão ver a prevaricação dos ministros Flávio Dias, Gonçalves Dias, Alexandre de Moraes e do presidente Lula”.

Em fevereiro deste ano, Marcos do Val disse em uma entrevista coletiva que havia sido convidado por Jair Bolsonaro (PL) e Daniel Silveira para participar de uma conversa na qual tramariam um golpe de estado para impedir a posse de Lula. Na ocasião, o senador disse ter se consultado com Moraes, que teria incentivado a sua ida para obter “informações”.

Perfil do Twitter do senador Marcos do Val é bloqueado Foto: Reprodução/Twitter

Em outra entrevista, o senador disse que, durante as eleições de 2022, tinha um plano para gravar uma eventual conversa com o ministro do Supremo, também presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), “provando” que havia intervenção no pleito. O senador disse que iria renunciar ao cargo.

Investigado

Essas afirmações colocaram o parlamentar na mira do Supremo, que passou a investigá-lo. Hoje, ele é investigado pelos crimes de divulgação de documento confidencial, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.

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Paralelo a isso, do Val sofreu represálias dos filhos do ex-presidente. Como mostrou o Estadão, depois da conversa que teve com o clã, o senador voltou atrás, tanto na intenção de deixar a cadeira no Senado, quanto na sua declaração sobre um suposto plano golpista. Ele passou a sustentar uma segunda versão dos fatos, segundo a qual o ex-deputado Daniel Silveira, preso por ordem do Supremo, teria sido o único mentor da trama.

Em entrevista à Globonews na noite desta quinta, 15, o senador disse que a operação é uma “tentativa de intimidação” capitaneada por Moraes. Ele admitiu ter mentido à imprensa sobre as reuniões. “Usei a estratégia da persuasão”, disse o senador.

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