Suspeito de hackear Janja publicava músicas nazistas e sexistas em conta verificada no Spotify

João Vitor Corrêa Ferreira, um dos investigados pelo ataque hacker à primeira-dama, produzia músicas de rock com teor machista, sexista e de apologia ao nazismo; plataforma diz que perfil verificado não configura endosso ao conteúdo

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Foto do author Juliano  Galisi
Atualização:

Um dos alvos da operação da Polícia Federal (PF) que investiga os suspeitos do ataque hacker à primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, é produtor de conteúdo musical com teor racista, sexista, misógino e nazista.

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João Vítor Corrêa Ferreira, de 25 anos, é morador de Ribeirão das Neves (MG) e sua residência foi alvo de um mandado de busca e apreensão na tarde de terça-feira, 13. No Spotify, sob o apelido “Maníaco”, ele publicava faixas musicais de rock com apologias ao racismo, à misoginia e ao nazismo.

O perfil de “Maníaco” no Spotify já está fora do ar, mas contava com o selo de verificado pela plataforma. Ele tinha mais de 4 mil ouvintes mensais e quatro álbuns publicados com músicas ostensivamente preconceituosas. Questionada sobre o selo de verificado, a assessoria do Spotify esclarece que a política da plataforma para a cessão do selo é distinta de outras redes sociais. O perfil verificado só sinaliza que o usuário em questão é o artista que reivindica ser, e não configura, necessariamente, endosso da plataforma ao conteúdo produzido.

A primeira-dama teve seu X, antigo Twitter, hackeado na noite da segunda-feira, 12 Foto: Wilton Junior/Estadão

No álbum “O Sul é meu país”, alusão ao lema separatista da Região Sul, a faixa “Ariano” continha versos de ataque à miscigenação, repercutindo teses de “supremacia racial” que basearam políticas da Alemanha nazista. Numa canção do álbum “Incel pardo”, cujo nome faz referência a um movimento de orientação misógina, João Vitor fez referência explícita e positiva à violência contra a mulher. Em outra música, intitulada “Macumba”, o autor deprecia nordestinos e religiões de matrizes africanas.

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O perfil do “Maníaco” já está fora do ar no Spotify, mas as músicas têm sido republicadas por terceiros no YouTube. Procurada para esclarecer as diretrizes de conteúdo da plataforma, o YouTube Brasil alega que conta ”com uma combinação de sistemas inteligentes, revisores humanos e denúncias de usuários para identificar material suspeito”.

Janja teve seu X, antigo Twitter, hackeado na noite da segunda-feira, 12. Durante pouco mais de uma hora, os invasores utilizaram a conta para publicar conteúdo ofensivo e de cunho sexual. A PF, desde então, tem investigado os suspeitos do ataque. O perfil de Janja no X foi bloqueado por meio de notificação extrajudicial da AGU e segue indisponível.

“Eu já estou acostumada com ataques na internet, por mais triste que seja se acostumar com algo tão absurdo”, afirmou a primeira-dama sobre o ataque hacker. “O ódio, a intolerância e a misoginia precisam ser combatidos, e os responsáveis, punidos”, escreveu em seu Instagram.

Confira a íntegra do posicionamento do Spotify

As nossas regras de plataforma de longa data deixam claro que não permitimos conteúdo que promova o extremismo violento ou conteúdo que incite à violência ou ao ódio contra um grupo de pessoas com base no sexo. Após análise, removemos diversas músicas por violarem nossas políticas. Como sempre, o contexto é importante e o conteúdo que não incita claramente à violência ou ao ódio poderia permanecer na plataforma.

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Confira a íntegra do posicionamento do YouTube

Estamos analisando o caso mencionado. Todos os conteúdos no YouTube precisam seguir nossas Diretrizes de Comunidade e contamos com uma combinação de sistemas inteligentes, revisores humanos e denúncias de usuários para identificar material suspeito. Quando encontramos uma violação das nossas regras, agimos rapidamente para remover o conteúdo do YouTube.

Também recomendamos a todos os usuários que encontrem conteúdo suspeito na plataforma use nosso recurso de sinalização para nos avisar que o vídeo precisa ser analisado.

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