PUBLICIDADE

Datafolha: bloqueio do X polariza SP; eleitor de Boulos é o mais adepto e de Marçal, o mais crítico

Suspensão da rede, determinada por Alexandre de Moraes, é aprovada por 48% e rejeitada por 43% dos paulistanos; eleitores mais favoráveis são os de Guilherme Boulos, Tabata Amaral e Lula, enquanto apoiadores de Bolsonaro e Pablo Marçal são os mais contrários à medida

PUBLICIDADE

Foto do author Juliano  Galisi

A suspensão da rede social X (antigo Twitter), determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes em 30 de agosto, polariza as opiniões dos paulistanos, segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira, 12. Ao instituto, 48% dos entrevistados afirmou concordar com a decisão de Moraes, determinada após o descumprimento de medidas judiciais e a recusa de indicar um representante legal da plataforma no País. Por outro lado, 43% disseram discordar da medida.

Como a margem de erro do levantamento é de três pontos porcentuais, os índices indicam empate técnico, dentro da margem de erro, a despeito da vantagem numérica dos que aprovam a suspensão. São 5% os que “não concordam, nem discordam” e 4% não souberam responder.

Elon Musk e Alexandre de Moraes estiveram em embate público de abril a setembro de 2024; descumprimento de decisões da Justiça brasileira desembocou em suspensão do X no Brasil Foto: Trevor Cokley/Força Aérea dos EUA e Pedro Kirilos/Estadão

O X foi suspenso por ordem de Moraes em 30 de agosto. O despacho do ministro foi referendado na Primeira Turma do STF no dia útil seguinte, 2 de setembro, por unanimidade.

Enquanto a suspensão ou não da rede social divide as opiniões dos paulistanos, há uma ampla maioria contra uma das determinações de Alexandre de Moraes ao suspender a rede social. O ministro proibiu a utilização do site por meio de redes privadas virtuais, conhecidas como VPN, ou outros “subterfúgios tecnológicos” que permitiriam burlar o bloqueio no Brasil. Ele impôs uma multa de R$ 50 mil ao usuário que violar a norma. O instituto atestou que 56% dos entrevistados se disseram contra a medida, ante 36% que concordam. São 4% os indiferentes e 4% não souberam responder.

Eleitores de Boulos, Lula e Tabata são os mais favoráveis ao bloqueio do X; apoiadores de Marçal e Bolsonaro são contrários

O levantamento do Datafolha também mediu as intenções de voto à Prefeitura da capital paulista. O instituto aponta que atual prefeito da cidade, Ricardo Nunes (MDB), tem 27% das intenções de voto. O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) aparece na sequência, com 25% de citações, seguido pelo empresário e influenciador Pablo Marçal (PRTB), 19%. Como a margem de erro é de três pontos porcentuais, Nunes e Boulos estão empatados tecnicamente.

Além da preferência do voto a prefeito, o Datafolha também questionou a cada entrevistado qual foi a escolha de voto para a Presidência em 2022. Cruzando estas respostas com as perguntas relativas ao X, o instituto constatou que os eleitores mais adeptos ao bloqueio do site são os de Guilherme Boulos e os do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O apoio ao bloqueio representa 78% do eleitorado do candidato do PSOL, enquanto que, entre o petista, 70% dizem concordar com a decisão de Moraes. O terceiro eleitorado mais favorável ao bloqueio do X é o de Tabata Amaral (PSB): entre os eleitores da pessebista, 66% dizem concordar com a medida do STF.

Publicidade

Na contramão, entre quem optou pelo voto à reeleição do então presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2022, a rejeição ao bloqueio do X chega a 73%. Entre eleitores de Pablo Marçal para as eleições deste ano, a discordância ao bloqueio da rede social é de 80%.

Já os eleitores de José Luiz Datena (PSDB) e do prefeito Ricardo Nunes (MDB) estão mais divididos. No caso dos apoiadores do apresentador, 55% concordam e 33 discordam da suspensão do X. Entre os eleitores do prefeito, 49% se disseram contrários ao bloqueio, enquanto 41% são favoráveis.

O instituto Datafolha realizou 1.204 entrevistas presenciais em São Paulo com eleitores de 16 anos ou mais nos dias 10 e 11 de setembro. O índice de confiança é de 95% e a margem de erro é de três pontos porcentuais. O levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo SP-07978/2024.

Siga o ‘Estadão’ nas redes sociais

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.