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Tabata cogita Lu Alckmin ou Lúcia França para vice, mas mantém esperança sobre apoio do PSDB

Deputada federal viveu ‘inferno astral’ na pré-campanha com ‘traição’ de Datena e troca de marqueteiro. Mas deposita esperança no padrinho Geraldo Alckmin

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Foto do author Bianca Gomes
Foto do author Pedro Augusto Figueiredo
Atualização:

Nome do PSB na disputa pela Prefeitura de São Paulo, Tabata Amaral (PSB) teve uma pré-campanha tumultuada, marcada pela troca de marqueteiro e idas e vindas nas conversas com o PSDB, cuja aliança permanece incerta. Às vésperas do início da corrida eleitoral, Tabata corre o risco de formar uma chapa puro sangue e ter o apresentador José Luiz Datena (PSDB), principal cotado para a sua vice, na disputa pelo espaço da terceira via.

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Diante desse cenário, a deputada já estuda soluções caseiras para sua vice. Entre os nomes cotados estão o de Lu Alckmin, esposa do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), e de Lúcia França (PSB), esposa de Márcio França (PSB), ministro do Empreendedorismo. Alckmin e França são principais fiadores da pré-candidatura da deputada federal.

Aliados de Tabata veem com ceticismo a pré-candidatura de Datena e ainda apostam na desistência do apresentador, o que poderia levar o PSDB a apoiar a deputada. Datena trocou o PSB pelo PSDB a convite dela e com a intenção de ser seu vice, mas acabou aceitando o convite dos tucanos para encabeçar uma chapa própria.

1 - Lu Alckmin, segunda-dama do Brasil, ostenta perfil discreto e atuante em causas sociais Foto: Roque Sá/Agência Senado 2 - A deputada federal Tabata Amaral FOTO ALEX SILVA/ESTADAO 3 - Lúcia França, ex-primeira-dama de São Paulo  Foto: Roque Sá/Agência Senado, Alex Silva/Estadão e Governo do Estado de S. Paulo

Reservadamente, pessoas próximas à deputada falam em “traição” de Datena e “quebra de acordo” por parte do PSDB, mas Tabata deve aguardar uma resposta definitiva dos tucanos até a sua convenção partidária, marcada para o dia 27 de julho. Em uma tentativa de pressionar o PSDB, o PSB vinculou o cumprimento do acordo com Tabata ao apoio do PSB nas eleições de Campo Grande (MS), Florianópolis (SC) e Vitória (ES).

“Até a convenção o acordo segue o mesmo. Do meu lado, não vou voltar atrás. Sigo à espera da decisão do PSDB”, disse Tabata ao Estadão. Os tucanos pretendem realizar a convenção partidária no dia 3 de agosto, mas a data ainda não foi oficializada.

“Se o PSDB me fez um convite para ser prefeito, o problema é entre a Tabata e o PSDB. Não sou traidor de ninguém”, disse Datena durante sabatina do jornal Folha de São Paulo e do portal UOL na terça-feira. Integrantes do PSDB que desconfiavam há algumas semanas de que o apresentador seria de fato candidato mudaram de ideia após ele participar da entrevista e também ter realizado o primeiro evento de campanha de rua de sua vida ao caminhar pelo Mercado Municipal.

Como a principal negociação era com o PSDB, o entorno de Tabata avalia formar uma chapa “pura” com um vice do PSB. Além de Lu Alckmin e Lúcia França, Floriano Pesaro, secretário na gestão Alckmin em São Paulo, também é cotado para a vaga. Diretor na Apex Brasil, o ex-tucano já participa da pré-campanha como coordenador do grupo de trabalho que estuda propostas para a Cracolândia.

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Pré-candidata redobra aposta nas redes sociais e usará inteligência artificial para tirar dúvidas de eleitores

Dificuldades no campo político à parte, a pré-campanha de Tabata enxerga com bons olhos o fato dela se manter estável nas pesquisas eleitorais mesmo com a entrada de novos pré-candidatos, como Pablo Marçal (PRTB) e o próprio Datena. Na mais recente pesquisa Datafolha, divulgada em 5 de julho, os dois aparecem com 11% e 10%, numericamente a frente da pré-candidata do PSB, que tem 7%. Porém, todos eles estão empatados tecnicamente dentro da margem de erro de três pontos percentuais.

Tabata também reforçou o peso da comunicação digital em sua pré-campanha, diante da previsão de que terá menos de um minuto de propaganda eleitoral por dia no rádio e na televisão. Um dos desafios dela é se tornar mais conhecida entre os eleitores. Ao Datafolha, 56% dos entrevistados disseram conhecê-la, mesmo que apenas de “ouvir falar”. O percentual é inferior ao de Marçal (57%), Guilherme Boulos (79%), Ricardo Nunes (85%) e Datena (90%).

“A gente vai enfrentar isso surpreendendo no debate, com trabalho sério de redes sociais e estando na rua de manhã, de tarde e de noite. Diante de tantos desafios que meus adversários têm, de denúncias e acusações que respondem, sou a pré-candidata cujo único desafio principal é o desconhecimento”, afirma ela.

Após romper com o marqueteiro Pablo Nobel, ela contratou Pedro Simões para a função. Responsável pelas redes sociais da gestão de Eduardo Paes (PSD) no Rio de Janeiro, ele se soma a Guilherme Meles, que fez a comunicação de Tabata na campanha à reeleição para deputada em 2022.

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Meles participou da reestruturação das redes sociais de João Campos (PSB). Namorado da deputada, o mandatário de Recife é o prefeito com mais seguidores entre as capitais brasileiras e costuma viralizar no Instagram, onde é acompanhado por 2,4 milhões de pessoas.

Outra estratégia neste campo será a utilização de inteligência artificial para abastecer um chatbot no WhatsApp quando a campanha começar a partir de 16 de agosto. A ferramenta ainda está em desenvolvimento, mas a ideia é que sirva para explicar as propostas da pré-candidata do PSB, tirar dúvidas dos eleitores e receber sugestões para o plano de governo. Segundo a pré-campanha, não haverá uso de IA para outras funções.

Tabata lança na segunda-feira, 22, uma websérie para contar detalhes de sua vida pessoal, profissional e política. Serão quatro episódios de 10 minutos publicados na pré-campanha e outros seis durante a campanha. O primeiro abordará a história do pai da pré-candidata, dependente químico que se suicidou quando ela era adolescente.

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De acordo com a equipe de Tabata, também serão explorados temas como sua religiosidade, sua trajetória como aluna que chegou a Harvard, nos EUA, e o relacionamento com Campos.

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