Tabata quer PSDB como aliado na eleição de 2024 e tenta atrair quadros do partido para a campanha

Deputada federal se reuniu com presidente municipal da sigla, que discute apoiar a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB-SP) ou lançar candidato próprio

PUBLICIDADE

Foto do author Pedro Augusto Figueiredo

A deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) intensificou as conversas em busca do apoio do PSDB à sua candidatura a prefeita de São Paulo. Ela se reuniu nesta quinta-feira, 23, com o presidente do partido na capital, Orlando Faria. Uma eventual aliança com os tucanos seria o primeiro passo para mostrar capacidade de articulação e se vacinar contra críticas futuras de que ela estaria isolada durante a campanha eleitoral.

PUBLICIDADE

Orlando afirma que Tabata declarou na reunião que quer o PSDB como seu “principal parceiro” porque, ao se aprofundar nos estudos sobre São Paulo, notou que as referências e os especialistas em cada área são quadros do partido. “Então ela chegou à conclusão de que o melhor parceiro que ela teria para construir uma proposta para a cidade é o PSDB”, disse Faria. O Estadão procurou a deputada, mas foi informado pela assessoria de imprensa de que ela não falaria sobre a reunião.

Apesar do movimento de Tabata, os vereadores tucanos defendem apoiar a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB-SP), enquanto outra ala, ligada ao presidente do partido, Eduardo Leite (PSDB-RS), prefere lançar candidato próprio. Neste caso, uma possibilidade discutida é Andrea Matarazzo retornar ao partido para disputar a eleição.

A deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) busca o apoio dos tucanos na disputa pela Prefeitura de São Paulo Foto: CLEIA VIANA/CÂMARA DOS DEPUTADOS

Filho do ex-prefeito Bruno Covas, Tomás Covas defendeu que o PSDB apoie a reeleição de Nunes, que foi vice de seu pai. “O Orlando falou que ainda não é o momento de discutir isso, mas a comissão sabe sim do meu pensamento sobre isso e que eu estarei junto com o Ricardo”, disse ele ao podcast Política Real. A declaração foi noticiada pelo jornal Folha de São Paulo.

Publicidade

Na reunião com Tabata, Faria se comprometeu a levar as três opções para discussão na direção nacional do PSDB. Há uma resolução partidária que determina que o órgão tem a palavra final sobre a estratégia eleitoral da sigla nas capitais. Ele também debaterá o tema com os vereadores e o diretório municipal. A tendência é que a cúpula nacional não interfira se houver consenso local.

Aliados da deputada federal consideram que o PSDB pode indicar o vice na chapa se a aliança for formalizada, mas dão preferência ao apresentador José Luiz Datena caso ele decida mesmo se filiar ao PSB e disputar a eleição. A justificativa é o apelo eleitoral que Datena traria para a candidatura, principalmente entre os eleitores preocupados com a segurança pública.

Em paralelo à discussão institucional, o entorno de Tabata tenta convencer tucanos históricos a embarcarem na candidatura dela. O trunfo é o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB-SP), que deixou o PSDB em 2021 após três décadas no partido. As conversas, no entanto, ainda são embrionárias. A aposta da deputada é tentar atrair nomes que não querem apoiar Nunes ao mesmo tempo em que não estariam confortáveis em seguir com Guilherme Boulos (PSOL-SP).

O encontro de Tabata com Orlando também reavivou a disputa interna pelo comando do PSDB. Afastado do comando do partido na cidade de São Paulo após não ter sua reeleição reconhecida pelas instâncias superiores do PSDB, Fernando Alfredo e outros integrantes de sua chapa divulgaram uma nota que afirmam que a reunião é “ilegítima” e desrespeita a memória de Bruno Covas e os processos democráticos da legenda.

Publicidade

“Orlando Faria, seguindo os ensinamentos de seu mentor Eduardo Leite, age de maneira autoritária, desrespeitando até mesmo o entendimento de sua própria cúpula, a qual é em sua maioria favorável ao apoio à reeleição do Prefeito Ricardo Nunes”, diz o texto, assinado pelo “Diretório Municipal PSDB de São Paulo Democraticamente Eleito em 17/09/2023″.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.