Tarcísio agradece a Bolsonaro, promete governo técnico e diz que ‘SP precisa ter mais voz’

Em cerimônia de posse na Alesp, novo governador pediu diálogo e reafirmou promessas de campanha

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Foto do author Gustavo Queiroz
Por Gustavo Queiroz e Matheus de Souza
Atualização:

Encerrando 28 anos de gestão tucana no Estado de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos) e seu vice, Felício Ramuth (PSD), tomaram posse do governo do Estado de São Paulo na manhã deste domingo, 1. Em seu primeiro discurso como governador do Estado, ele fez um agradecimento ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), reafirmou promessa de realizar uma gestão técnica e pediu maior força política a São Paulo.

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“Na política, inicio meus agradecimentos, como não poderia deixar de ser, ao presidente Jair Bolsonaro, que me lançou esse desafio. Que enxergou o que ninguém havia enxergado naquele momento, quanta ousadia”, afirmou, dizendo que tenta repetir o padrão de seu padrinho ao apostar em perfis técnicos “desvinculados das pressões partidárias”. A menção arrancou aplausos da plateia.

Na lista de agradecimentos, também constou o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, que segundo o ex-ministro, foi responsável por “inúmeras portas abertas durante a campanha”. Como mostrou o Estadão, um dos desafios do governador será estabelecer seu grupo político em meio à presença de bolsonaristas e aliados de Kassab.

Em discurso de cerca de 11 minutos, Tarcísio disse ainda que há lacunas entre a força política e econômica do Estado. “Desde a década de 30 do século passado, há um desbalanceamento entre o peso econômico de São Paulo e o peso político de São Paulo. São Paulo precisa ter mais voz. Hoje é dia de reafirmar compromisso, compromisso com o desenvolvimento, com o Estado que é a locomotiva econômica do País, que merece uma economia dinamizada e aberta”, disse.

Tarcísio tomou posse neste domingo, 1º Foto: Reprodução/ALESP

O governador ainda citou três tucanos que o antecederam na chefia do Executivo do Estado, José Serra, Mario Covas e Franco Montoro. “A indicação irresponsável de dirigentes é a raiz da ineficiência, da corrupção, do fisiologismo e porque não dizer, desmoralizam a própria democracia, como já foi dito nesta casa pelo então governador José Serra”, afirmou sobre o senador.

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“Como dizia Franco Montoro ‘minha maior obra é o conjunto das pequenas obras’. Ou Mário Covas.: ‘Penso que, às vezes, mais vale eliminar uma fila do que construir um viaduto’.”

Tarcísio não citou seus antecessores imediatos — João Doria e Rodrigo Garcia — como referências na gestão paulista, mas fez referências a obras que não foram concluídas.Será necessária a criatividade para aumentar significativamente o investimento em universalização do saneamento básico e ainda assim, reduzir as tarifas, para concluir o rodoanel ou a linha 17, para fazer o metrô alcançar mais pessoas ou para ver ligações ferroviárias saindo do papel. Para acabar o que ficou pelo caminho.”

Sobre a Assembleia, pediu diálogo e se disse aberto a conversar com a oposição. “Vamos trabalhar na construção de consensos e convencimento por meio de trabalho técnico. Vamos buscar maioria para realizar programas e manter profundo respeito pelos adversários”, afirmou.

Nos compromissos de governo, o ex-ministro falou em apostar na inovação e tecnologia para avançar a economia do Estado e na transparência. Tarcísio continuou dizendo que o governo não hesitaria em “dar passos para trás” quando necessário, apesar de estar comprometido com o acerto.

O ex-ministro chegou às 9h na Assembleia Legislativa para participar da cerimônia. Em entrevisa à TV Alesp, disse que quer estabelecer relação de diálogo com os parlamentares e cumprir os compromissos estabelecidos na campanha. “Os primeiros dias serão de muito trabalho, Pretendemos fazer as primeiras entregas e leilões importantes como o do Rodoanel”, afirmou.

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Ele recebeu das mãos do presidente da Casa, Carlão Pignatari (PSDB), uma réplica do Monumento às Bandeiras, do artista plástico Victor Brecheret.

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Participaram da cerimônia o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, o prefeito de São Paulo Ricardo Nunes (MDB), o presidente do PSD e futuro secretário de Governo e Relações Institucionais Gilberto Kassab, autoridades e deputados estaduais. Entre eles, acompanhou a cerimônia o deputado Douglas Garcia, que hostilizou a jornalista Vera Magalhães em debate na TV Cultura e foi criticado por Tarcísio. Também participou o presidente do Tribunal Regional Eleitoral Paulo Galizia, a quem Tarcísio elogiou pela condução do processo eleitoral.

Ao chegar na Alesp, Tarcísio foi recebido com gritos de apoio por manifestantes que ocupam a porta do Comando Militar do Sudeste, vizinho à Assembleia. O grupo questiona o resultado das urnas e pede intervenção militar.

O novo governador inicia hoje sua gestão na administração paulista com o desafio de consolidar seu próprio grupo político. Eleito na esteira de seu padrinho, Jair Bolsonaro (PL), ele tem como principal articulador político o presidente do PSD, Gilberto Kassab. Como mostrou o Estadão, conciliar diversos grupos políticos com a proposta de um governo técnico foi o que norteou a formação do novo secretariado.

Tarcísio agora segue ao Palácio do Planalto, onde recebe do governador Rodrigo Garcia o Pavilhão do Governador e empossa seu secretariado.

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