Tarcísio de Freitas adota tom de líder religioso em ato com Michelle Bolsonaro e Damares

Mote da solenidade foi a reeleição do presidente Bolsonaro; candidato do Republicanos recitou versículos da Bíblia e destacou as realizações do presidente

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Foto do author João Scheller
Foto do author Gustavo Queiroz
Por Matheus de Souza, João Scheller e Gustavo Queiroz
Atualização:

O candidato do Republicanos ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que participou, ao lado da primeira-dama Michelle Bolsonaro, de um evento que reuniu lideranças evangélicas, católicas, espíritas e budistas a favor da reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), abandonou o tom de político e técnico e, nesta quarta-feira (19), fez as vezes de líder religioso.

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O ex-ministro da Infraestrutura desfilou pelo altar fazendo um sermão sobre o “mordomo infiel”, uma parábola do livro de Lucas que, segundo ele, fala de um administrador corrupto, fazendo uma correlação entre essa história e as eleições deste ano, acusando os petistas de serem o dito mordomo.

O candidato, entre os versículos da bíblia, que citava de cabeça, destacava as realizações do governo Bolsonaro, e fazia um discurso com frases que, aos acostumados com eventos religiosos, pareciam de um líder da igreja. “A gente está passando tribulação, divisão, mas nós vamos vencer porque a bênção está declarada”, foi uma das muitas frases de cunho cristão ditas por Tarcísio.

Também mencionou obras como o aumento no valor do Auxílio Brasil, a finalização da transposição do Rio São Francisco e a aprovação do Marco do Saneamento Básico. “Está na hora de convencer o indeciso, está na hora de trabalhar, está na hora de fazer a diferença”, afirmou.

O mote da solenidade foi a reeleição do presidente Bolsonaro, pastores e pastoras que falaram no altar adotaram o discurso governista contra os adversários. Frases como “nossa bandeira jamais será vermelha”, “nossa luta é pela liberdade” foram repetidas entre as orações e louvores.

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Cristãos também destacaram a proximidade com o Executivo que conquistaram durante o governo Bolsonaro. A realização de cultos no Palácio da Alvorada, o diálogo do presidente com políticos e representantes da igreja foram pontuados como ações inéditas que agradaram o segmento.

O evento contou com a participação, entre outros, da vice-governadora eleita do Distrito Federal Celina Leão (Progressistas), das deputadas federais Bia Kicis (PL) e Carla Zambelli (PL) e do deputado Marcos Pereira (Republicanos). Os senadores eleitos Marcos Pontes (PL) e Damares Alves (Republicanos), e o senador Eduardo Girão (Podemos) também compareceram à solenidade, assim como o Padre Kelmon (PTB), que foi recebido com aplausos e fotos.

Presidente nacional do Republicanos, partido de Tarcísio, Marcos Pereira enfatizou a confiança na reeleição de Bolsonaro e repetiu que a luta é do “comunismo contra o liberalismo”. Girão falou em um “momento de decisão”, afirmando que a bancada do PT no legislativo trabalha a favor de pautas como a liberação das drogas e do aborto, tema repetido durante todo o evento entre as várias lideranças que estiveram no púlpito.

Lula está com ‘sede de vingança’, diz Michelle

Escalada para conter a rejeição feminina ao presidente e para manter o diálogo com os evangélicos, Michelle voltou a criticar Lula, nesta quarta, 19. Segundo a mulher do presidente da República, o petista está tentando voltar ao poder com “sede de vingança, sangue nos olhos”.

Ao eleitorado, Michelle também voltou a defender o marido e seus hábitos. “Bolsonaro é tão imperfeito quanto eu e você, mas vocês podem ter certeza que é um homem temente a Deus, patriota”, disse.

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“É uma guerra espiritual e as pessoas não estão enxergando isso”, afirmou Michelle.

Mais tarde, em evento na Associação dos Oficiais da Polícia Militar (AOPM), ela disse ser “inadmissível cristãos se reunirem” com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Lula divulga carta aos evangélicos

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou na manhã desta quarta-feira, 19, da leitura de sua carta aos evangélicos, em evento com lideranças religiosas, e reafirmou o compromisso, se eleito, com a liberdade de culto no País.

Lula durante leitura de carta aos evangélicos Foto: Sebastiao Moreira/EFE

Bolsonaro minimizou a carta e afirmou que os religiosos que apoiam o petista são apenas “dissidências”, além de dizer que a maioria apoia a sua reeleição. “Quem assinou? Qual o perfil de quem assinou? Tem igrejas? Qual a densidade deles? Até no meio militar tem dissidências, a gente sabe que tem.”

A última pesquisa Datafolha mostrou que a opção política de evangélicos e católicos foi acentuada no segundo turno. Bolsonaro é o preferido de 65% dos evangélicos, enquanto Lula tem a aprovação de 57% dos católicos. O petista tem buscado melhorar a avaliação que tem entre os evangélicos.

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