GUARUJÁ E BRASÍLIA - O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse neste sábado, 8, durante evento no litoral paulista, que é e vai continuar sendo bolsonarista.
“Eu sou bolsonarista, vou continuar sendo bolsonarista. Isso significa que eu sou conservador, sou liberal, e acredito no Brasil que vai ter economia de mercado, um Brasil que vai aproveitar o seu potencial, que vai fazer a transição energética”, declarou o governador durante painel no fórum realizado, nesta manhã, pela Esfera, no Guarujá.
A declaração foi uma resposta de Tarcísio à pergunta do jornalista William Waack, mediador do debate e colunista do Estadão, sobre o editorial deste sábado, 8, que trata da dificuldade do governador de São Paulo de agradar seu padrinho, o ex-presidente Jair Bolsonaro, ao mesmo tempo em que procura se apresentar como moderado e democrata.
Ao citar reformas estruturais, caso da reforma da Previdência, a redução do custo administrativo e a entrega de superávit nas contas primárias no último ano do governo anterior, Tarcísio disse não ver obstáculo em ser bolsonarista, ainda que a corrente que apoia o ex-presidente esteja no foco da Polícia Federal (PF). “Problema nenhum”, afirmou.
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Nesta quinta-feira, 6, Tarcísio foi criticado por membros do “núcleo duro” do bolsonarismo após ter feito afagos à ex-presidente Dilma Rousseff (PT). O governador destacou sua carreira no comando do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) de Dilma, antes de ter assumindo o Ministério da Infraestrutura na gestão Bolsonaro. Sobre a ex-presidente, Tarcísio afirmou que não tem “uma queixa dela, só agradecimento”.
Desde que assumiu o governo Bolsonaro, Tarcísio busca de figuras do “bolsonarismo raiz” como os deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Carla Zambelli (PL-SP) e Bia Kicis (PL-DF). A estratégia do governador é apresentar-se ao eleitorado como representante da ala moderada dos apoiadores do ex-presidente.
O maior conflito entre Bolsonaro e Tarcísio ocorreu em julho do ano passado, quando Tarcísio manifestou apoio à reforma tributária, pauta em que o ex-presidente cobrou uma postura contrária dos seus aliados próximos. Na época, os bolsonaristas taxaram o governador de São Paulo de “traidor” e questionaram a sua lealdade ao ex-chefe do Executivo.
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