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Tarcísio reúne banqueiros para jantar com Campos Neto após homenagem na Alesp

Encontro cria especulações sobre futuro político de presidente do Banco Central e do governador paulista, mas Tarcísio diz a interlocutores que a agenda não tem ambições políticas ou institucionais

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Foto do author Amanda Pupo
Foto do author Heitor Mazzoco

BRASÍLIA E SÃO PAULO- O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, será recebido em jantar nesta segunda-feira, 10, oferecido pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). O encontro vai ocorrer após Campos Neto ser homenageado pela Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) com “Colar de Honra ao Mérito Legislativo” na noite desta segunda, conforme apurou o Estadão/Broadcast. A expectativa é de que o encontro no Palácio dos Bandeirantes comece por volta das 21h.

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Embora o vínculo de Tarcísio e Campos Neto seja alvo de especulações que envolvem o eventual destino político de ambos, a interlocutores, o governador descartou que a agenda tenha ambições políticas ou institucionais. O encontro é tratado como um jantar reservado, de amigos, incluindo outras relações pessoais construídas durante a gestão de Jair Bolsonaro, quando Tarcísio era ministro da Infraestrutura e Campos Neto cumpria o início de seu mandato à frente do BC.

Interlocutores do governo dizem que não são esperados “figurões” do mercado, mas uma fonte ouvida pelo Estadão, disse que “alguns banqueiros” devem participar do evento. Uma lista com nomes de integrantes do mercado financeiro teria sido fornecida pelo Banco Central e todos foram convidados. Eles são aguardados na Alesp e depois na sede do governo paulista.

Campos Neto será recebido em jantar pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas Foto: Gabriela Biló/Estadão

A amizade entre Tarcísio e Campos Neto foi forjada durante a administração passada e levanta rumores no mundo político e entre agentes do mercado sobre o que será da carreira do presidente do Banco Central quando seu período na instituição financeira for encerrado neste ano, uma vez que Tarcísio é posto com frequência como cotado a disputar a Presidência em 2026, ainda que aliados garantirem que o melhor caminho é disputar a reeleição no Estado mais rico da Nação.

Ambos têm se dedicado a negar as especulações. Na avaliação do entorno, essas especulações provocam ruídos desnecessários, seja com bolsonaristas que não querem Tarcísio ocupando o espaço de Jair Bolsonaro, seja com o governo Lula, desde o momento em que a amizade entre o governador e Campos Neto passou a ser projetada como uma eventual futura aliança política, incomodando o petismo. Tarcísio, por sua vez, gosta de reforçar que tem admiração pessoal pelo economista e por isso mantém o vínculo com o presidente do BC.

O governador de São Paulo também rejeita em público e nos bastidores qualquer pretensão de concorrer a cadeira do Palácio do Planalto em dois anos, como um nome para substituir Bolsonaro, hoje inelegível. Ele tem dito a aliados que seu foco está nas entregas no Estado de São Paulo, inclusive abdicando de participar de eventos que lhe dariam maior projeção nacional. Tarcísio ainda voltou a negar recentemente que deixará o Republicanos para mudar de partido, após a migração ao PL ter sido aventada pelo presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, ao Estadão em maio.

Campos Neto disse em maio, em entrevista ao Estadão/Broadcast, que descarta ir para o setor público e que não se vê “candidato a nada”. Ao ser questionado se pretendia trabalhar com Tarcísio, afirmou ser “difícil responder”, pois não sabe o que fará após o fim de seu mandato, e emendou dizendo gostar dos campos de finanças e tecnologia e, que, portanto, provavelmente fará algo que misture os dois temas. A ligação do economista com o bolsonarismo esquenta a resistência do petismo ao seu nome, que voltou aos holofotes após o voto majoritário do último Copom reduzindo o ritmo de cortes da Selic. Desde que o racha azedou ainda mais a percepção do mercado, os diretores indicados por Lula têm buscado construir uma imagem de coesão do colegiado para espantar temores de interferência na condução da política monetária.

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