O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse nesta quarta-feira, 17, que conversa com Alexandre de Moraes, principal antagonista do bolsonarismo no Judiciário, e com outros ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o chefe do Executivo paulista, a opinião dos integrantes da Corte foi “relevante, mas não determinante” para ele escolher Paulo Sérgio de Oliveira Costa como o próximo procurador-geral de Justiça de São Paulo.
Costa ficou em terceiro na lista tríplice elaborada pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP), mas tinha o apoio de Moraes, de Gilberto Kassab (PSD), secretário estadual de Governo, e de Mário Sarrubbo, antigo chefe do MP-SP e atualmente secretário nacional de Segurança Pública no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
De acordo com Tarcísio, pesaram na escolha o fato de Costa ter alinhamento com o conselho do MP-SP, ser o mais antigo entre os integrantes da lista tríplice e, assim como Sarrubbo, adotar uma “linha propositiva” que lhe agrada. Além disso, o governador afirmou que o novo procurador-geral tem excelentes referências entre as pessoas do meio jurídico com quem ele conversou.
‘Proximidade com o secretário [Kassab] todos os três têm. A questão do Supremo é relevante, a gente conversa com todos os ministros, não só com o ministro Alexandre. É importante deixar isso claro. Obviamente, a opinião de ministros é sempre relevante, mas não é determinante, porque é uma escolha que cabe ao governador que é, afinal de contas, quem vai sofrer as consequências de ter, de repente, um nome que fosse mais complicado”, declarou Tarcísio.
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O primeiro colocado da lista tríplice foi José Carlos Consenzo, também apoiado por Sarrubbo, com 1.004 votos. O segundo colocado foi o procurador Antonio Da Ponte, da oposição, com 987 votos. Costa teve 731 votos. “Eu acho que a gente está muito bem servido e estaria se qualquer um dos outros dois fossem escolhidos”, disse o governador, acrescentando que as instituições de São Paulo são “fortes” e “republicanas” e elogiando o próprio MP-SP, a Assembleia Legislativa, o Tribunal de Justiça e a Defensoria Pública.
Paulo Sérgio Costa foi presidente da antiga Febem — Fundação Estadual para o Bem Estar do Menor —, hoje Fundação Casa, no governo Alckmin (2003-2004). Também atuou como secretário de Assistência e Desenvolvimento Social (2008) na gestão do então prefeito da capital, Gilberto Kassab.
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