O candidato ao governo de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) questionou o simbolismo da carta pela democracia da USP e classificou o documento como uma peça “político-partidária” contra o presidente Jair Bolsonaro (PL). O ex-ministro repetiu o argumento do chefe do Executivo e alegou que os signatários do manifesto são favoráveis a regimes autoritários da América Latina, como Nicarágua e Cuba. Segundo ele, o documento “não faz o menor sentido”.
“Acho o ‘fim da picada’ haver pessoas assinando a carta se dizendo defensores da democracia no Brasil, mas defendendo ditadura na Nicarágua, na Venezuela (...) então, não faz o menor sentido”, afirmou nesta quarta-feira, 24, na sabatina promovida pelo Estadão em parceria com a Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP). Tarcísio acrescentou que a única carta que ele leva em consideração é a Constituição.
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A colunista Eliane Cantanhêde, mediadora do evento, ponderou que o manifesto pela democracia teve mais de 1 milhão de adesões, inclusive de entidades ligadas à Indústria e ao setor financeiro, como a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Tarcísio não respondeu se fica constrangido com as declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre as urnas eletrônicas. Questionado sobre o assunto, ele afirmou que constrangedor é ter um “ex-preso” concorrendo à Presidência, em referência a Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
De forma inédita no ciclo de sabatinas do Estadão/FAAP, o público do evento reagiu de forma calorosa às declarações do candidato contra o manifesto e em defesa de Bolsonaro. A atitude fez com que Cantanhêde tivesse de pedir silêncio para continuar a entrevista.