Tarcísio diz que resultado das urnas é ‘soberano’ e afirma que irá buscar entendimento com Lula

Em primeira entrevista após ser eleito governador de São Paulo, ex-ministro promete montar secretariado técnico e governar ‘para todos os paulistas’

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Foto do author Pedro  Venceslau
Foto do author Ricardo Magatti
Por Pedro Venceslau, Ricardo Magatti e Sofia Aguiar
Atualização:

Na primeira entrevista coletiva após ser eleito governador de São Paulo neste domingo, 30, com 13.480.643 votos, o ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse que o resultado das urnas é “soberano” e prometeu buscar entendimento com o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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“Vamos olhar para frente e defender os interesses do Estado. Estaremos lá para conversar se tiver uma convocação. Vamos buscar entendimento com o governo federal”, disse Tarcísio. O governador eleito falou com a imprensa em um hotel na capital paulista onde acompanhou a apuração. Entre aliados e correligionáios estavam lideranças tucanas e o ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD).

Tarcísio contou que seu adversário na disputa ao Palácio dos Bandeirantes, Fernando Haddad (PT), telefonou para dar os parabéns pela vitória e se colocou à disposição para ajudar São Paulo de Brasília. “Já tive uma conversa muito boa com o Haddad. Sempre tive boa relação ao longo da campanha. Vamos manter o melhor diálogo possível”.

Tarcísio anunciou que o coordenador do seu plano de governo, Guilherme Affif Domingos, vai liderar a transição. O secretário de Governo, Marcos Penido, vai representar o governador Rodrigo Garcia (PSDB) na transição.

Na entrevista, Tarcísio reiterou a promessa de acabar com a obrigatoriedade do comprovante de vacina no serviço público, mas afirmou que vai avaliar a retirada das câmeras do uniforme dos policiais “com a turma da segurança pública” e a privatização da Sabesp.

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“Realmente pretendo acabar com a obrigatoriedade da vacina no serviço público, deixando claro que eu confio na ciência, nas pessoas. Trabalhando muito na consciência, todos vão se vacinar. Isso ficou claro em São Paulo, um dos estados com maior adesão à vacinação. Todos vão se vacinar, vão entender que aquilo é bom”, ressaltou.

“Obviamente tenho uma visão crítica com relação às câmeras, mas não sou dono da cidade. Muitas pessoas me trazem contra-argumentos. Vou levar todos eles em consideração e levar para a equipe de segurança para discutir. Se a gente quer que a população se sinta segura, vamos fazer o que for melhor para dar essa sensação de segurança”, falou o ex-ministro. Quanto à privatização da Sabesp, ele disse que viabilizará o projeto caso a tarifa não aumente. “Se na modelagem eu vejo que não é possível, não vou seguir em frente”.

Questionado se tinha conversado com o presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-ministro disse que ainda não entrou em contato, mas ele estaria “tranquilo”. “Vai seguir até o final do mandato, fazendo o melhor pelo Brasil”. Tarcísio comentou não saber quais os planos de Bolsonaro depois da derrota para Lula na eleição presidencial mais acirrada do País desde a redemocratização.

Ele prometeu que vai montar um secretariado técnico e disse que irá governar para “todos os paulistas”. “O que eu vou fazer em São Paulo é honrar os compromissos, montando um secretariado técnico. São Paulo tem muitas demandas, é muito importante e merece nossa consideração. A melhor forma de fazer um bom governo é montar um bom time. A nossa ideia é ter um time técnico, muito qualificado, à altura da grandeza de São Paulo”.

O ex-ministro assegurou que sua gestão vai dar atenção à questão social, sobretudo aos mais pobres. “Uma coisa é fato: temos que cuidar da questão social. Me preocupa a quantidade de pessoas em situação de rua, em dependência química. Temos que aumentar a quantidade de vagas para comunidades terapêuticas, abrir a porta da recapacitação, da recuperação”. Uma de suas prioridades será dar andamento a obras atrasadas e à implementação de novas obras, como o trem intercidades.

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Ele também reafirmou o desejo de transferir a sede do governo paulista para o Palácio Campos Elíseos, no centro da capital, o que irá ajudar, na sua visão, a revitalizar a região central. “Se você desloca o poder para Campos Elíseos, se você tem uma explanada lá, a segurança volta, o comércio volta a fazer terceiro turno, as secretarias todas funcionando, os hotéis voltam a funcionar, os restaurantes também. Todos os locais que combateram suas cracolândias, um dos componentes de política pública foi a revitalização do centro. Acredito nesse projeto de transferência do poder para o centro da cidade”, argumentou.

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