Tarcísio e Haddad disputam apoio de PSDB e ‘espólio’ de votos de Rodrigo Garcia

Para tucanos, Tarcísio dialoga melhor com lideranças do partido; surpresos com ‘virada’, petistas já veem como remota chance de vitória em São Paulo

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Atualização:

O resultado do primeiro turno da disputa pelo governo paulista surpreendeu o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o ex-prefeito Fernando Haddad (PT), que buscam agora o apoio do PSDB e o “espólio” do governador Rodrigo Garcia.

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Interlocutores das duas campanhas tinham números internos diferentes do resultado final. Os petistas esperavam uma vitória tranquila no primeiro turno enquanto o candidato bolsonarista previa que Haddad venceria por uma pequena margem. A vantagem de Tarcísio deixou o PT pessimista.

Em conversas reservadas, quadros da legenda admitem que é remota a chance de vitória em São Paulo e dizem que Haddad vai agora cumprir o papel de linha auxiliar para Lula no Estado, que deve ser a principal arena do segundo turno na corrida pelo Palácio do Planalto. O petista terminou o primeiro turno em segundo lugar, com 35,7% dos votos válidos, ao contrário do que apontavam as pesquisas. Tarcísio obteve 42,32% dos votos válidos.

Fernando Haddad (D), candidato de Lula, e Tarcísio de Freitas, de Bolsonaro, concorrem ao governo do Estado de São Paulo em 2022 Foto: Felipe Rau e Pedro Ivo Prates/Estadão

No campo das articulações, as conversas de Haddad e Tarcísio com o PSDB têm acontecido por meio de interlocutores. Após participar de uma reunião do PT no hotel Grand Mercure, na Zona Sul de São Paulo, marcada para discutir o resultado das urnas no primeiro turno, Haddad disse que não entrou em contato com Garcia e afirmou que “ritos precisam ser respeitados”.

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A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, é quem vai procurar o presidente do PSDB, Bruno Araújo.

O diretório nacional tucano deve formalizar, na próxima quarta-feira, em uma reunião da executiva, que vai liberar os filiados no segundo turno. O PSDB paulista terá, portanto, autonomia e a palavra final será de Garcia, que está sendo pressionado a se posicionar.

O presidente estadual do PSDB, Marco Vinholi, se reuniu nesta segunda-feira, 3, com o governador para tratar do tema.

A leitura entre os tucanos é de que Haddad não é um nome “palatável” para a base do PSDB, enquanto Tarcísio dialoga melhor com lideranças do partido.

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Aliado de Lula, Guilherme Boulos (PSOL) afirmou que Haddad ainda tem chances de reverter o quadro e vencer Tarcísio. Ele afirma acreditar que o governador tucano já perdeu votos para Tarcísio. “O resto do voto do Rodrigo pode migrar mais”, disse.

Em outra frente, Tarcísio já negocia o apoio do PP e MDB, que estavam na coligação de Garcia.

Lideranças do PSDB do Estado sinalizaram que aceitam uma composição, desde que haja uma contrapartida programática e a promessa de manter os programas vistos como “legado” da sigla, que comandou São Paulo por 28 anos.

A costura com os partidos está sendo feita pelo ex-ministro Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, que assumiu um papel de destaque nos bastidores.

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Prefeitura de SP

A expectativa na campanha de Tarcísio é que a campanha presidencial será mais concentrada na Região Sudeste, o que torna o palanque do ex-ministro um fator determinante na estratégia de Bolsonaro.

A expectativa no entorno de Tarcísio é que o prefeito Ricardo Nunes (MDB) apoie o ex-ministro e reforce a campanha na capital.

Como o emedebista projeta disputar a reeleição em 2024 contra o bloco PT-PSOL, que deve ter Guilherme Boulos (PSOL) candidato, Nunes não cogita estar no mesmo palanque que Haddad este ano. A articulação com o MDB passa pelo apoio de Tarcísio na corrida municipal.

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