Tarcísio pede à Justiça efetivo de 100% dos metroviários em horário de pico nesta terça-feira, 28

Palácio dos Bandeirantes quer que o Metrô realize chamada nominal dos empregados escalados e a presença de oficial de Justiça para conferir cumprimento de percentual. O Sindicato dos Metroviários defende catraca livre no dia da mobilização

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Foto do author Gustavo Côrtes

O governo de São Paulo protocolou um pedido de tutela antecipada na Justiça com o objetivo de obter liminar contrária à paralisação de funcionários do Metrô, prevista para a próxima terça-feira, 28. Na ação, a gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos) requer a obrigação de 100% dos funcionários do sistema de transporte durante os horários de pico e de pelo menos 80% no restante do dia.

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Para garantir o cumprimento dessas exigências em caso de decisão favorável, o Palácio dos Bandeirantes quer que a empresa realize uma chamada nominal dos empregados escalados para o serviço e com a presença de um oficial de Justiça para conferir.

Diretor de comunicação do Sindicato dos Metroviários, Alex Fernandes afirmou que a categoria é alvo de ataque político do governador e propõe o serviço gratuito no dia da mobilização. “Se ele (Tarcísio) está preocupado com isso, faça a catraca livre e os metroviários estarão se manifestando dentro das estações e atendendo a população”, disse.

Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas Foto: Marcelo Aparecido Silva Camargo camargo.83@gmail.com

A ação propõe multa de R$ 2 milhões ao sindicato em caso de descumprimento da decisão e também requer a autorização para não repassar os descontos feitos em folha a título de mensalidade sindical.

O governo diz que o movimento, convocado em protesto contra a privatização da Sabesp, tem caráter meramente político e cita prejuízos à população. A aplicação do Provão Paulista, uma espécie de Enem das faculdades do Estado, precisou ser adiada, já que seria realizada nos dias 28 e 29 de novembro. Servidores devem ter ponto facultativo.

Outras categorias, como trabalhadores da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), profissionais da educação e funcionários da Fundação Casa também decidiram aderir ao movimento. Os metroviários organizam a terceira paralisação em dois meses – a quarta em 2023.

“Nota-se, sem qualquer sombra de dúvida, a sanha da entidade sindical de, em, benefício de interesses meramente políticos, promover uma paralisação dos serviços metroviários, em detrimento de grande prejuízo que é sempre imposto à população de São Paulo como um todo”, diz o governo na ação.

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Funcionários do Metrô, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), que decidiram greve conjunta no último dia 3. As categorias protestam contra o plano de privatizações de linhas metroferroviárias e da estatal de saneamento, uma das principais promessas de campanha do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Na foto movimentação no Metrô Jabaquara. 03/10/2023  Foto: Werther Santana

O Estado argumenta que a assembleia na qual se decidiu pela instalação da greve teve participação de 2,5 mil dos sete mil metroviários e uma diferença de somente 119 votos a favor da paralisação. Outras quatro votações haviam sido feitas desde o início de outubro e, em todas, a decisão foi contra a mobilização.

A greve vai provocar a paralisação das linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata do Metrô, e as linhas 7-Rubi, 10-Turquesa, 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade, da CPTM.