Em seu primeiro evento público ao lado do governador Rodrigo Garcia (PSDB), o candidato ao Palácio dos Bandeirantes Tarcísio de Freitas (Republicanos) voltou a amenizar sua defesa sobre o fim das câmeras corporais usadas por policiais. O ex-ministro acompanhou agenda do tucano nesta sexta-feira, 14, em uma celebração de aniversário de 52 anos da Rota, tropa do Comando Geral da Polícia Militar. Os dois ficaram em um mesmo palco no batalhão, em São Paulo, mas mantiveram distância na maior parte do tempo.
A jornalistas, Tarcísio reiterou que as câmeras inibem a ação do policial, mas argumentou que, se eleito, vai chamar especialistas para avaliar a política do ponto de vista técnico. “A câmera inibe o policial, tem atrapalhado a produtividade. Mas isso é uma percepção. Vamos chamar as forças de segurança, avaliar do ponto de vista técnico a efetividade ou não e o aperfeiçoamento da política pública”, disse. “Mas é uma coisa que a gente vai discutir junto com os especialistas.”
Antes, o candidato era mais contundente sobre o tema e dizia que iria acabar com o uso do equipamento em São Paulo, se eleito. Dados da Secretaria de Segurança Pública mostram que, com a adoção das câmeras, a letalidade policial vem caindo.
No evento, Garcia, que é favorável às câmeras corporais, e Tarcísio se encontraram por um breve momento no palanque. Enquanto o governador se posicionou ao lado do prefeito Ricardo Nunes (MDB) e do presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Carlão Pignatari (PSDB), Tarcísio ficou em outra ponta do palco, acompanhado do ex-ministro do Meio Ambiente e deputado federal eleito Ricardo Salles (PL).
Em seu discurso, o governador citou a presença de Tarcísio, anunciando-o como “ministro”. No começo do mês, o tucano anunciou “apoio incondicional” à candidatura de Tarcísio, mas o ex-ministro hesitou sobre a participação ativa de Garcia em sua campanha. Os dois deixaram o local em momentos distintos.
Questionado, o governador disse que cumprimentou Tarcísio quando esteve no palco e que estará com o ex-ministro e com o presidente Jair Bolsonaro (PL) em uma agenda com prefeitos na próxima semana. “Ele é meu candidato no segundo turno”, afirmou. Sobre os passos que vai tomar após deixar o governo do Estado, Garcia disse que “não tem nenhum motivo para sair do PSDB”.
Tarcísio ressaltou que a campanha busca reverter votos na capital paulista, onde Fernando Haddad (PT) saiu na dianteira no primeiro turno, e também minimizou o fato de ter recusado convites para participar de debates. “Segundo turno é um período muito curto, a gente tem que bater todos os pontos no Estado, estou preocupado com isso. Se ficar indo em muita coisa não tem tempo de cumprir. Isso é normal, acontece em toda campanha”, disse.
Nesta sexta-feira, Tarcísio esteve em um evento com pastores da Igreja Renascer em Cristo ao lado de Ricardo Nunes. O ex-ministro ficará até domingo em Brasília.
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