Tesoureiro do PT: Após Bolsonaro receber irmão da vítima, filho apela contra ‘uso político’

Leonardo Arruda, filho de Marcelo Arruda, afirmou que visita do tio ao Palácio do Planalto foi ‘decisão individual’ e não reflete o posicionamento da família

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Por Bruno Zanette
Atualização:

A família do guarda municipal petista Marcelo Arruda – assassinado a tiros em Foz do Iguaçu, no dia 9, por um militante bolsonarista – fez um apelo para que não seja feito “uso político” do encontro entre o irmão da vítima e o presidente Jair Bolsonaro (PL). Como mostrou o Estadão, o chefe do Executivo recebeu José Arruda nesta quarta-feira, 20, no Palácio do Planalto, e mudou o tom de seu discurso sobre o crime.

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Ao irmão de Marcelo, Bolsonaro reconheceu que o aniversariante foi a única vítima do caso e se desculpou por ter espalhado, anteriormente, uma fake news segundo a qual petistas deram chutes em José Guaranho, o réu pelo homicídio.

O recuo do presidente tentou reverter a interpretação de que Bolsonaro não teria agido para pacificar os ânimos entre seus apoiadores e petistas. “Destruímos narrativas e mostramos que me interessa conversar com ele para prestar solidariedade”, afirmou o presidente.

Nesta quinta-feira, 21, o filho do petista morto, Leonardo Miranda de Arruda, afirmou que a ida de seu tio ao Palácio do Planalto foi uma decisão individual e não reflete o posicionamento da família. Ele pediu que não seja feito “uso político” da visita por parte do chefe do Executivo.

“A família vem por meio deste declarar que a ida do tio José ao Palácio do Planalto reflete uma decisão individual do mesmo e não de toda a família, que espera que não seja feito uso político da visita. O foco de toda a família é seguir acompanhando o processo criminal em curso”, afirmou.

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Filho de Marcelo Arruda fez um apelo para que a visita de seu tio ao presidente Bolsonaro não seja usada de forma política.  Foto: Eraldo Peres/AP

Arruda, que foi candidato a vice-prefeito de Foz e é tesoureiro do PT local, comemorava seu aniversário de 50 anos numa festa com temática em homenagem ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A comemoração foi interrompida pelo agente penal federal Jorge Guaranho, simpatizante de Bolsonaro, que, segundo testemunhas, gritou “aqui é Bolsonaro” antes de cometer o crime. Após troca de tiros, ele também foi atingido.

A Justiça do Paraná acatou ontem a denúncia do Ministério Público Estadual e tornou Guaranho réu por homicídio duplamente qualificado cometido por “preferências político-partidárias antagônicas”. Diferentemente do inquérito concluído em cinco dias pela Polícia Civil do Paraná, a Promotoria entendeu que o crime foi motivado por “preferências político-partidárias antagônicas” e trocou uma qualificadora, de torpe, como concluiu a polícia, para fútil. Na prática, a mudança não altera a pena caso ele seja condenado, que pode chegar a 30 anos.

Guaranho segue internado no Hospital Ministro Costa Cavalcanti, mas teve alta da UTI. Conforme apurou a reportagem, ele está consciente, na enfermaria, sob custódia policial.

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