De expectativa morna ao longo do dia, o debate entre candidatos a presidente na TV Bandeirantes atraiu a atenção dos eleitores e gerou engajamento nas redes sociais à noite, com destaque para a pauta da defesa das mulheres. O assunto foi introduzido depois que o presidente Jair Bolsonaro (PL) atacou a jornalista Vera Magalhães, no segundo bloco.
A hashtag #DebateNaBand ficou no primeiro lugar dos trending topics do Brasil ao longo de todo o programa, das 21h até 0h. A plataforma contabilizou mais de 802 mil menções diretas ao debate. Entre os candidatos, Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dominaram as menções, mas os políticos que tentam crescer nas pesquisas -- Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União) e Luiz Felipe D'Ávila (Novo) -- ganharam notoriedade em diferentes momentos.
Segundo monitoramento da Quaest, o debate alcançou uma média de 19 milhões de interações em posts no Twitter no primeiro bloco e 13 milhões nos dois blocos seguintes. Entre as entrevistas do Jornal Nacional, da TV Globo, por exemplo, o maior índice foi de 14 milhões, com Lula. Ciro teve o maior percentual de menções positivas (51%), seguido de Tebet (41%), Lula (38%), Bolsonaro (35%), D'Ávila (34%) e Thronicke (32%).
O primeiro momento marcante do debate nas redes ocorreu quando Bolsonaro abriu a etapa de confrontos diretos com uma pergunta ao ex-presidente Lula sobre corrupção. Como resultado, conseguiu impulsionar as buscas no Google sobre o tema ao longo do debate, segundo dados do Google Trends divulgados no evento. O termo "Petrobras" também apareceu pouco depois nos trending topics.
Nessa mesma pergunta, aliados de Lula exploraram o fato de Bolsonaro ter chamado o petista de "presidente".
Outro destaque nas redes durante o primeiro bloco veio da estratégia das "dobradinhas" -- quando um dos participantes faz perguntas menos incisivas a outro candidato ao qual não faz oposição direta. Usuários criaram a dupla "Simone e Soraya", por exemplo, e fizeram memes, em uma brincadeira com nomes de duplas sertanejas.
Ao chegar ao primeiro intervalo comercial, o nome de Soraya era o segundo mais viral, com Simone em quarto e D'Ávila em décimo lugar. Ainda assim, Bolsonaro e Lula apareciam com cerca de 10 vezes mais menções, ambos superando a marca de 280 mil tuítes.
No segundo bloco, o principal assunto do debate surgiu com um ataque de Bolsonaro contra a jornalista Vera Magalhães. Ela havia indagado Ciro Gomes sobre a cobertura da vacinação no Brasil e a desinformação propagada por Bolsonaro em relação aos imunizantes. Ao comentar a resposta, o presidente disse que achava que ela "dorme pensando em mim" e "tem alguma paixão em mim". A jornalista ficou entre os assuntos mais comentados desde então até o fim do debate.
Bolsonaro ainda direcionou falas agressivas contra Simone Tebet, dizendo que ela era uma "vergonha no Senado Federal". A resposta da emedebista sobre as críticas de Bolsonaro sobre a sua atuação na CPI da Covid gerou um pico de menções, e Soraya viralizou com uma declaração de que o presidente era "tchutchuca com outros homens, mas vem pra cima da gente como tigrão". Logo após a fala, opositores lembraram da confusão com o youtuber, e o assunto "Centrão" subiu nas buscas do Google.
Lula e Ciro ganharam destaque no segundo bloco com um embate direto. O termo "Paris" chegou aos trending topics puxado por apoiadores do petista, que criticam o adversário por não ter apoiado efetivamente Fernando Haddad (PT) no segundo turno das eleições presidenciais de 2018.
Na volta para o terceiro bloco, Bolsonaro abordou projetos para mulheres em seu governo e depois resgatou a história de que Ciro Gomes teria sido misógino com sua ex-mulher, Patrícia Pillar. As buscas rapidamente subiram no Google e fizeram deste o momento de maior curiosidade do público no site de pesquisas.
Petistas ainda comemoraram uma resposta de Lula a Thronicke de que ela não havia visto melhora nas condições de vida durante o seu governo, "mas seu motorista e sua empregada doméstica viram". Já as redes bolsonaristas exploraram trecho em que Bolsonaro chama Lula de "ex-presidiário".
Ao final do programa, segundo dados do Google Trends divulgados pela Band, as perguntas mais frequentes sobre política na plataforma eram desfavoráveis a Bolsonaro. Adversários conseguiram aumentar as pesquisas sobre os termos "sigilo de 100 anos" e "orçamento secreto".