Tucano raiz, marqueteiro de Tebet diz que não há ‘elevador’ para 3ª via na corrida presidencial

Felipe Soutello, que já fez campanhas para Serra, FHC e Bruno Covas, diz que senadora irá subir ‘escada’ e aposta na propaganda eleitoral na TV

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Foto do author Pedro  Venceslau
Atualização:

Enquanto dirigentes do PSDB e do MDB tentam chegar a um acordo para formar palanque único presidencial, a pré-campanha da senadora Simone Tebet (MDB-MS) tem na retaguarda um marqueteiro com relações com o tucanato. Felipe Soutello, de 50 anos, trabalhou em sua primeira campanha aos 15 anos para José Serra, que em 1986 disputou uma vaga de deputado federal.

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Soutello se filiou ao PSDB, mas hoje nem sequer sabe dizer se sua filiação está ativa no partido. “Minha filiação é de 1989. Fui um dos primeiros na cidade de São Paulo. Não estou na ata de fundação de 1988 porque não tinha idade”, afirmou. Sempre com atuação eleitoral, segue amigo de Serra e de outros tucanos.

Na parede da sua sala na sede de sua produtora, no Alto de Pinheiros, em São Paulo, um cartaz com a imagem do prefeito Bruno Covas com os punhos cerrados se destaca. Soutello conheceu o neto de Mário Covas em 1995, quando Bruno ainda fazia faculdade e morava com o avô no Palácio dos Bandeirantes.

Felipe Soutello tem contatos com o PSDB e hoje é marqueteiro de Simone Tebet.  Foto: Felipe Rau/Estadão

O marqueteiro virou uma espécie de ideólogo do grupo que conheceu na militância da juventude tucana e que mais tarde foi a espinha dorsal da gestão de Bruno. Ele comandou a campanha do tucano em 2020 e hoje é consultor da gestão Ricardo Nunes (MDB).

Depois de ter feito a campanha ao governo de Márcio França (PSB), em 2018, e de Patrícia Vanzolini para a presidência da OAB-SP, no ano passado, Soutello recebeu convite do presidente do MDB, Baleia Rossi, para cuidar da pré-campanha de Simone. A proposta surgiu depois de ter sido sondado por pré-candidatos ao governo paulista, entre eles Geraldo Alckmin, de quem é próximo e hoje é vice do pré-candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Foi Soutello, aliás, quem sugeriu a Fernando Haddad pela primeira vez, em um jantar no apartamento de Marta Suplicy, em maio do ano passado, a ideia de uma chapa de Lula com o ex-tucano.

Pressão

A missão de Soutello agora é administrar a pressão pelo crescimento de Simone nas pesquisas de intenção de votos e transformar uma pré-candidatura com 2% em um projeto viável. “Em uma campanha de construção de imagem como a da Simone não existe elevador para pegar. Tem escada para subir, degrau por degrau.”

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Ele admite não ter expectativa de crescimento “vertiginoso” antes do horário eleitoral gratuito de TV. “Não há instrumentos de comunicação suficientes para isso. A TV é o instrumento de comunicação determinante para estabelecer a agenda política da eleição. Sem ela, o candidato não se coloca, sobretudo os que não são conhecidos do eleitorado.”

Em uma campanha de construção de imagem como a da Simone não existe elevador para pegar. Tem escada para subir, degrau por degrau

Felipe Soutello, marqueteiro de Simone Tebet

Serão 45 dias de exposição – de 15 de agosto ao início de outubro – e aproximadamente 20 programas, além das inserções diárias. Caso feche com o PSDB, Simone terá em torno de 2 minutos e 30 segundos, contra cerca de 3 minutos de Lula e Jair Bolsonaro (PL), cada. O desafio é desenvolver uma empatia do eleitorado e tornar a senadora conhecida sem apelar para ataques. “O eleitor do meio não quer bate-boca.”

Questionado sobre as chances reais de se quebrar a polarização, o marqueteiro recorre aos números: 40% dos eleitores que já optaram pelas candidaturas de Lula e Bolsonaro “odeiam” essa opção. “É um chute projetar o cenário político de agora com o daqui 30 dias”, disse.

Assista à sabatina com Simone Tebet durante o evento Brazil Conference, em abril:

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