O governo da Ucrânia solicitou ao Ministério da Defesa do Brasil a compra de até 450 viaturas blindadas Guarani, na versão ambulância, para emergência humanitária. O documento foi endereçado ao ministro José Múcio.
Em janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou um pedido da Alemanha para enviar munição à Ucrânia, invadida pela Rússia em fevereiro de 2022. Desde então, os países estão em guerra. À época, o petista justificou a decisão afirmando que o Brasil “é um país de paz.”
No caso das viaturas blindadas Guarani, haveria a condição de que os veículos seriam usados apenas para questões humanitárias, e não para combate. A solicitação de compra foi enviada ao Brasil em 27 de abril. A informação foi revelada pelo site Tecnologia & Defesa e confirmada pelo Estadão. O governo brasileiro analisa o pedido.
Recentemente, Lula mudou o tom e voltou a dizer que o Brasil “condena” a violação territorial da Ucrânia. O presidente sofreu forte pressão e cobrança dos Estados Unidos e da Europa para que se posicionasse explicitamente sobre a guerra iniciada por Moscou.
Durante viagem a Europa, mês passado, Lula disse que nunca equiparou as responsabilidades dos dois países. “Eu nunca igualei Rússia e Ucrânia. Sei o que é invasão e o que é integridade territorial”, disse o petista neste sábado, em evento oficial em Lisboa. “Mas agora a guerra já começou e alguém precisa falar em paz.”
Antes, no entanto, Lula havia dito que responsabilidade pela invasão russa na Ucrânia é tanto de Moscou quanto de Kiev: “A decisão da guerra foi tomada por dois países”, afirmou. Durante viagem a China, o presidente havia acusado os Estados Unidos e Europa de “incentivar a guerra” e defendeu a criação de um grupo de países dispostos a buscar a paz na região.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.