ENVIADO A LONDRES - No comando de três pastas na Esplanada dos Ministérios, o União Brasil pressiona o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a substituir a titular do Turismo, Daniela Carneiro (RJ), por outro nome da legenda após ela acionar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para poder se desfiliar do partido e migrar para o Republicanos.
A crise interna no partido ocorre no momento em que o Palácio do Planalto precisa reunir apoio no Congresso para aprovar com celeridade o projeto do novo arcabouço fiscal enviado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).
Principal interlocutor do Governo Federal com o União Brasil, o senador Davi Alcolumbre (União-AP), ex-presidente do Senado, disse em conversa com jornalistas em Londres nesta quarta-feira, 19, que a sigla vai “conversar” novamente com o governo, e em seguida afirmou que “não é hora de CPI”.
“É o governo que deve tomar essa decisão e ele vai conversar novamente com o União Brasil”, disse Alcolumbre durante um coquetel na Embaixada do Brasil organizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide).
Ao se posicionar contra a CPI dos atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro, Alcolumbre mostrou alinhamento com a estratégia governista no Congresso, mas sinalizou que a adesão do União Brasil está condicionada a uma repactuação dos espaços do partido no governo.
Na semana passada, o presidente do União Brasil, Luciano Bivar, que é aliado de Alcolumbre, afirmou que Daniela Carneiro foi uma escolha “da cota pessoal” de Lula, o que é negado por petistas.
Apesar dos espaços que ocupa, o União Brasil se apresenta como “independente” no Congresso.
*O repórter viajou para Londres a convite do Lide
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