Em encontro com PDT, Lula afaga Ciro: “Maior do que os 3,5%”

Petista espera aumentar a votação principalmente no Rio e em São Paulo, onde perdeu para Bolsonaro no primeiro turno

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

Foto do author Luiz Vassallo
Por Luiz Vassallo e Laís Adriana
Atualização:

Em encontro com o presidente do PDT, Carlos Lupi, em São Paulo, nesta quarta-feira, 5, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a fazer acenos ao ex-ministro Ciro Gomes (PDT), adversário derrotado no primeiro turno. Apesar de acompanhar seu partido, o pedetista tem criticado o petista, e, mesmo ao gravar um vídeo anunciando seu voto no segundo turno, o fez sem sequer citar o nome de Lula.

PUBLICIDADE

O petista disse que Ciro está em um grupo seleto de três personalidades políticas de quem “aprendeu a gostar de graça”, mesmo que tenham feito a ele severas críticas. Os outros dois são o falecido ex-governador de São Paulo Mário Covas (PSDB) e o ex-governador do Paraná Roberto Requião (PT).

“Eu conheço Ciro Gomes. Ele foi meu ministro, nós almoçamos juntos, bebemos junto, jogamos bola junto. Ele é uma pessoa às vezes muito diferente do que ele é no palco de luta”, disse. “A história do Ciro não é uma história de 3,5% de votos. O Ciro vale muito mais do que isso, significa muito mais do que isso. Muitas vezes quando fazemos eleição, a gente faz tipo, viramos artistas, fazemos coisas diferentes do que fazemos na vida normal”, disse Lula.

Lula se reuniu com Lupi e políticos aliados no PSD, do MDB, e também de sua coligação, formada por PROS, PV, PC do B, PSOL, Avante e Agir. O PDT já havia anunciado apoio ao PT na terça-feira, 4.

Lula se encontra com aliados em hotel em São Paulo e faz aceno a Ciro Gomes Foto: Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Da parte de Ciro Gomes (PDT), a declaração de apoio na terça-feira foi tímida e veio somente após seu partido se reunir e decidir os rumos para o segundo turno. Em vídeo nas redes sociais, no qual não citou o nome do ex-presidente, ele disse que “frente às circunstâncias”, a opção por Lula “é a última saída”.

Publicidade

Petistas ainda esperam um apoio mais firme do pedetista. Em uma reunião nesta terça-feira, 4, a ex-ministra Marina Silva (Rede) se propôs a ajudá-los nesta tarefa. Dentro da aliança, ao lado das próprias lideranças do PDT, ela é a mais próxima de Ciro Gomes e chegou a ser cotada para vice em sua chapa. Mas, acabou apoiando Lula no primeiro turno.

Agora que está ao lado do PT, o PDT também fará parte dos esforços da campanha para ampliar votos no segundo turno. Lupi afirmou que estar ao lado de Lula “neste momento é estar ao lado da democracia”. “Bolsonaro representa tudo que a gente lutou toda a vida contra. Somos o partido dos cassados, dos torturados, dos exilados da ditadura”.

“Bolsonaro é corresponsável por quase 700 mil mortos. Eu perdi familiares, amigos. Isso dói. O brasileiro que tem memória há de se lembrar disso na hora de votar”, disse Lupi.

Votos

Lula aposta no apoio do PDT para, no segundo turno da eleição presidencial, melhorar a sua votação principalmente em São Paulo e no Rio, Estados nos quais perdeu para Jair Bolsonaro (PL) no primeiro turno.

“Vamos juntar os diferentes para vencer os antagônicos”, afirmou Lula, que planeja viajar na próximo semana ao Rio para fazer campanha ao lado de filiados do PDT no Estado, terceiro maior colégio eleitoral do País. No Rio, Bolsonaro teve 51,09% dos votos, ante 40,68% de Lula. Já em São Paulo, maior colégio eleitoral do Brasil, o presidente recebeu 47,71%, e o petista 40,89%

Publicidade

“Semana que vem estaremos na cidade maravilhosa para ganhar as eleições do Bolsonaro no Rio. Aí sim, eu vou poder cantar que o Rio de Janeiro continua lindo”, disse Lula.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.