BRASÍLIA - Rejeitada para o Conselho de Administração do ressegurador IRB (Re), a investidora, economista e herdeira Louise Barsi já se posicionou a favor da reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Para ela, a derrota de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022 significaria uma maior estabilidade para o País. O Estadão não conseguiu contato com Louise Barsi.
Em entrevista a um podcast publicada no dia 1º de setembro de 2022, véspera do primeiro turno das eleições presidenciais, Louise declarou seu voto em Bolsonaro, mas ponderou não “morrer de amores por ele”. “Mais um ano a gente vai ter que votar no menos pior. Em nenhum dos dois eu votaria com muita alegria. Eu, na minha opinião, Bolsonaro seria menos pior”, afirmou a economista.
“No momento manter como a gente está traria mais estabilidade do que, de novo, uma ruptura, um possível flerte com um governo esquerdista. A nossa vizinha Argentina está aí para isso, para mostrar que esse discurso é muito perigoso. O mundo está passando por uma crise de alimentos, está tudo muito caro. E o Brasil é o celeiro do mundo. E aí você tem um candidato que diz que o agro não é importante. Acho um discurso muito perigoso”, acrescentou ela.
Louise é a filha caçula de Luiz Barsi, conhecido como o maior investidor pessoa física do País e o “rei dos dividendos”. A família sofreu uma derrota na última semana em uma de suas principais empresas. Indicada pelo pai, a herdeira disputou uma vaga no Conselho de Administração da IRB (Re), mas foi preterida pelos acionistas com votos contrários decisivos dos bancos Itaú e Bradesco.
Em 3 de outubro de 2022, um dia após o resultado do primeiro turno, ela escreveu: “Enxergo o que aconteceu hoje, mercado precificando uma probabilidade cada vez menor de um candidato atuar de maneira extremista e reverter as reformas conquistadas até aqui. A preferência, ao meu ver, é pela manutenção do Governo Bolsonaro.”
“Mas, o Sr. Mercado, precavido como é, já entendeu que uma possível vitória de Lula poderá não ser tão danosa, afinal boa parte dos Governadores, Senadores e Câmara são de Centro-Direita. Quem vencer tem grandes chances de fazer acenos pró-mercado a fim de garantir uma maior governabilidade e margem de manobras para suas pautas”, acrescentou ela, numa publicação que acumula quase 30 mil curtidas no Instagram.
Em maio deste ano, Louise também indicou, em um outro podcast, que os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), seriam bons ‘sucessores de Bolsonaro’ na Presidência da República, nas eleições de 2026. “Deus te ouça [para ter Tarcísio como presidente em 2026]. Eu nem sei, sabia? São Paulo está tão carente. Eu queria que ele se reelegesse governador daqui”, disse. “Ou Zema ou Tarcísio na Presidência. Quem sabe os dois? Por que não uma aliança, né?”.
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