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Quem são os candidatos à Prefeitura de SP nas eleições de 2024? Veja nomes, partidos e patrimônios

Dez candidatos estão registrados na Justiça Eleitoral para tentar o cargo de prefeito da maior cidade do País nas eleições municipais deste ano

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Foto do author Gabriel de Sousa

Dez candidatos se registraram no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para disputar a Prefeitura de São Paulo nas eleições municipais de outubro. O período de campanha começou oficialmente nesta sexta-feira, 16, e os concorrentes ao Executivo da capital paulista já podem pedir votos e organizar comícios na maior cidade do País.

Os candidatos à Prefeitura de São Paulo da esquerda para a direita: Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL), José Luiz Datena (PSDB), Pablo Marçal (PRTB), Marina Helena (Novo) e Tabata Amaral (PSB) Foto: Felipe Rau e Werther Santana/Estadão

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Se nenhum dos dez candidatos alcançar a maioria dos votos válidos no dia 6 de outubro, será realizado um segundo turno no dia 27 do mesmo mês. As principais pesquisas de intenção de voto indicam uma disputa acirrada, com empate técnico pela liderança.

Além do atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), que busca a reeleição ao cargo, estão no páreo Guilherme Boulos (PSOL), Pablo Marçal (PRTB), José Luiz Datena (PSDB), Tabata Amaral (PSB), Marina Helena (Novo), Altino Prazeres (PSTU), Ricardo Senese (UP), João Pimenta (PCO) e Bebeto Haddad (DC).

Ricardo Nunes (MDB)

Prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição nas eleições de 2024 Foto: Taba Benedicto/Estadão

O atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), vai defender o cargo nas eleições municipais deste ano. Empresário do setor de tratamentos fitossanitários, ele assumiu a cadeira de prefeito no dia 16 de maio de 2021, quando o ex-prefeito Bruno Covas (PSDB) morreu em decorrência de um câncer.

Paulistano de 58 anos, Nunes chegou a cursar Direito no Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), mas abandonou o curso por não conseguir arcar com as mensalidades.

Nunes está no MDB desde 1985, quando completou 18 anos e tirou o título de eleitor. Quando tinha 23 anos, tentou se eleger vereador de São Paulo, mas não foi eleito. A outra derrota eleitoral dele foi em 2018, quando concorreu à Câmara dos Deputados e recebeu 47.258 votos (0,22% dos votos válidos).

Em 2012, veio a primeira vitória nas urnas, quando foi eleito vereador com 30.747 votos. Foi reeleito ao posto em 2016, recebendo 54.692 votos.

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Político de centro, ele fez parte da base do ex-prefeito Fernando Haddad (PT) quando era vereador. Para consolidar o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ele deu uma guinada à direita nos últimos meses.

No TSE, Nunes declarou um patrimônio de R$ 4.843.350,91. O vice na chapa dele é o ex-comandante da Rota Ricardo Mello Araújo (PL). A indicação do militar foi uma das promessas feitas pelo prefeito paulistano para consolidar Bolsonaro no palanque.

A candidatura do prefeito é apoiada por Avante, PP, PL, PSD, Republicanos, Solidariedade, Podemos, PRD, Mobiliza e União Brasil.

Guilherme Boulos (PSOL)

O deputado federal Guilherme Boulos, candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo Foto: Tiago Queiroz/Estadão

O candidato do PSOL é o deputado federal Guilherme Boulos, que vai disputar o comando da maior cidade da América Latina pela segunda vez consecutiva. Paulistano de 42 anos, Boulos é mestre em psicologia e bacharel em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP).

Boulos entrou na militância estudantil aos 15 anos e, quando tinha 20, passou a fazer parte do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).

O deputado federal tem o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do Partido dos Trabalhadores (PT) para tentar comandar a Prefeitura. Em 2020, ele perdeu a disputa no segundo turno para Bruno Covas. Agora, o antigo vice de Covas é o principal adversário dele, conforme as pesquisas de intenção de voto.

Em 2020, Boulos recebeu 1.080.736 votos no primeiro turno (20,24% dos votos válidos) e 2.168.109 votos no segundo (40,62% dos votos válidos).

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Boulos participou de outras duas eleições. Em 2018, foi o candidato do PSOL à Presidência da República, cuja vice era a atual ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara (PSOL). Obteve 617.122 votos (0,58% dos votos válidos) e terminou na 10ª colocação. Em 2022, teve a primeira vitória nas urnas: foi eleito o deputado federal mais votado de São Paulo com 1.001.472 votos (4,22% dos votos válidos).

No TSE, Boulos declarou ter um patrimônio de R$ 199.596,87. A vice na chapa dele é a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy (PT), ex-secretária de Nunes que retornou ao partido de Lula após deixar a sigla em 2015.

Além do PT, a candidatura do deputado federal é apoiada por Rede, PCdoB, PV e PDT.

Pablo Marçal (PRTB)

O ex-coach e influencer Pablo Marçal (PRTB), candidato à Prefeitura de São Paulo Foto: @pablomarcall via YouTube

O ex-coach e influenciador Pablo Marçal, de 37 anos, é o candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo. Natural de Goiânia, ele ficou conhecido por organizar cursos para ensinar as pessoas a “fazer dinheiro dentro do mundo digital”.

Marçal possui mais de 13 milhões de seguidores no Instagram e 3,5 milhões no YouTube. Ele apareceu nos noticiários em janeiro de 2022, quando liderou um grupo de 32 pessoas que ficaram presas no Pico dos Marins, na Serra da Mantiqueira, e foram resgatadas pelo Corpo de Bombeiros. Na ocasião, ele disse que “quem não quer correr risco fica em casa vendo stories”.

Marçal já disse que a sua maior pretensão é ser presidente da República. Ele chegou a ser oficializado como candidato ao Planalto pelo PROS (atual Solidariedade) em 2022, mas a sigla revogou a sua candidatura para apoiar Lula.

O ex-coach, então, concorreu ao cargo de deputado federal naquelas eleições e recebeu 243.037 votos, o suficiente para ser eleito. Porém, a candidatura dele foi anulada pelo TSE.

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Na chapa puro-sangue do PRTB, Marçal disputa com Ricardo Nunes os votos dos apoiadores de Bolsonaro. Em junho, ele foi até Brasília se encontrar com o ex-presidente. Bolsonaro negou apoio ao influenciador e endossou o apoio ao prefeito paulistano.

Marçal é o mais rico dos candidatos à Prefeitura, com um patrimônio declarado de R$ 169.503.058,17. A vice na chapa dele é a policial militar Antônia de Jesus (PRTB).

Tabata Amaral (PSB)

A deputada federal Tabata Amaral (PSB), candidata à Prefeitura de São Paulo Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados Fonte: Agência Câmara de Notícias

A deputada federal Tabata Amaral é a candidata do PSB ao comando da Prefeitura. Paulistana de 30 anos, ela é formada em Ciência Política pela Universidade de Harvard, instituição americana que está no rol das mais prestigiadas do mundo.

Antes de entrar no Congresso Nacional, ela ajudou a criar o Mapa Educação, voltado ao ativismo pela educação, e o Movimento Acredito, que defende a renovação dos quadros políticos no País.

A deputada venceu as duas eleições que participou. A primeira foi em 2018, ao cargo de deputada federal pelo PDT, onde recebeu 264.450 votos. Em 2022, já pelo PSB, foi reeleita com 337.873 votos.

Esta será a primeira eleição majoritária de Tabata, que tenta se apresentar como uma alternativa à polarização entre Lula e Bolsonaro, representada pelos candidatos Guilherme Boulos e Ricardo Nunes, respectivamente. Para a Justiça Eleitoral, a deputada declarou um patrimônio de R$ 807.841,11.

Durante a pré-campanha, Tabata tentou emplacar o apresentador José Luiz Datena (PSDB) como vice da chapa. Porém, a aliança não deu certo e o apresentador decidiu se tornar um adversário da deputada nas eleições de outubro.

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A vice na chapa puro-sangue do PSB é a professora Lúcia França, ex-primeira-dama do Estado de São Paulo e esposa do ministro do Empreendedorismo, Márcio França (PSB).

José Luiz Datena (PSDB)

O apresentador de televisão José Luiz Datena, candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo Foto: Divulgação/PSDB

O apresentador de televisão José Luiz Datena é o representante do PSDB para a disputa da Prefeitura. Datena tem 67 anos e é natural de Ribeirão Preto, no interior paulista.

Esta é a primeira eleição do apresentador, que já desistiu de quatro campanhas. Em 2016, ele era o pré-candidato do PP à Prefeitura e, em 2020, chegou a ser sondado a compor a chapa vitoriosa do ex-prefeito Bruno Covas.

Datena, que também é jornalista e locutor esportivo, é conhecido por apresentar, desde 2003, o programa policial Brasil Urgente, da Rede Bandeirantes. Mesmo candidato à Prefeitura, ele já deixou claro que a sua pretensão política é ser senador da República.

O apresentador de televisão apareceu na disputa pela Prefeitura em dezembro do ano passado, quando se filiou ao PSB, com o convite para ser o vice de Tabata. A estadia dele na sigla durou quatro meses e, em abril, ingressou no PSDB e anunciou que ia concorrer como cabeça de chapa.

Mesmo sendo estreante nas disputas eleitorais, Datena já foi filiado a 11 partidos. A participação do apresentador nas eleições deste ano só foi possível após uma articulação da cúpula tucana que impediu a movimentação de uma ala que queria contestar a candidatura dele.

Datena é o segundo candidato mais rico da disputa. Para o TSE, o apresentador declarou ter R$ 38.301.790,28 em bens. O vice na chapa dele é o ex-senador e presidente do diretório municipal do PSDB, José Anibal.

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Além do PSDB, a candidatura de Datena tem o apoio do Cidadania.

Marina Helena (Novo)

A economista Marina Helena (Novo), candidata a prefeita de São Paulo Foto: Werther Santana/Estadão

A economista Marina Helena vai concorrer à Prefeitura pelo Novo. Ex-secretária de Desestatização durante o governo Bolsonaro, Marina tem 43 anos e nasceu em Brasília. Ela se mudou para São Paulo aos 24 anos, quando iniciou carreira no mercado financeiro.

Na capital federal, Marina concluiu bacharelado e mestrado em Economia pela Universidade de Brasília (UnB). Como economista, trabalhou em instituições financeiras como Itaú, Bradesco e Bozano Investimentos. A economista também atuou como chefe e sócia de casas de análise.

Marina se intitula como a única candidata de direita dos pleitos deste ano. No plano de governo, a candidata do Novo defende o aumento de investimentos na segurança pública e a desestatização do sistema municipal de ensino na capital paulista.

A economista entrou na política no Movimento Brasil Sem Privilégios, uma organização fundada por ela que pressionou o Congresso Nacional por uma reforma administrativa.

Filiada ao Novo desde 2018, Marina enfrentou as urnas pela primeira vez em 2022, quando concorreu ao cargo de deputada federal por São Paulo. Terminou o pleito com 50.073 votos, ficando com a primeira suplência.

No TSE, Marina Helena declarou ter um patrimônio de R$ 9,7 milhões. A chapa dela, que é formada apenas pelo Novo, é composta por Priell Neto, que é coronel da Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP).

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Ricardo Senese (UP)

O candidato da UP à Prefeitura de São Paulo, Ricardo Senese Foto: @ricardosenese.up via Instagram

O candidato da Unidade Popular à Prefeitura é o metroviário Ricardo Senese, de 37 anos. Paulistano e morador da Vila Nova Cachoeirinha, Senese é dirigente da Federação Nacional dos Metroviários (Fenametro).

Senese participou de gestões do Sindicato dos Metroviários de São Paulo. Em 2014, ele foi um dos 38 funcionários demitidos da Companhia do Metropolitano de São Paulo por participar de uma greve. Ele foi readmitido ao posto em 2018.

Em dezembro de 2023, foi um dos manifestantes detidos no plenário da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). A prisão ocorreu durante a sessão em que foi aprovada a privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), pauta rechaçada pela esquerda.

Após passar uma noite detido, Senese teve liberdade provisória concedida pela Justiça. O metroviário teve que cumprir medidas cautelares como o pagamento de fiança no valor de um salário mínimo, comparecimento mensal ao juízo, justificativa de atividades e atualização de endereço e proibição de se ausentar da comarca em que reside por mais de oito dias sem prévia comunicação.

Esta será a estreia de Senese em eleições. O pleito será inédito também para a UP que, registrada no TSE em 2019, vai encabeçar uma chapa na disputa pelo comando da capital paulista pela primeira vez.

Para a Justiça Eleitoral, Senese declarou ter um patrimônio de R$ 444.087. A vice na chapa dele, que é formada apenas pela UP, é a cozinheira Júlia Soares.

Altino Prazeres (PSTU)

O metroviário Altino Prazeres, representante do PSTU nas eleições para prefeito de São Paulo Foto: Paulo Iannone/Sindicato dos Metroviários de SP

Outro metroviário que vai disputar a Prefeitura é Altino Prazeres, de 57 anos. Candidato do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), ele é formado em Matemática pela USP. Altino trabalha no Metrô há 29 anos.

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Em outubro do ano passado, Altino foi demitido do Metrô após participar de manifestações contrárias à privatização da Sabesp. Ele foi reintegrado ao posto em março.

Maranhense de São Luís, Altino já foi candidato à Prefeitura em 2016. Na ocasião, ele foi o 10º candidato mais votado, com 4.715 votos (0,08%) dos votos válidos.

Em 2022, o metroviário se candidatou ao governo de São Paulo. De dez candidatos, ele ficou em oitavo lugar após conquistar 14.859 votos (0,06% dos votos válidos).

Para a Justiça Eleitoral, o metroviário disse ter um patrimônio de R$ 385.000. A chapa puro-sangue do PSTU terá como vice a servidora pública aposentada Silvana Garcia.

João Jorge Pimenta (PCO)

O candidato do PCO à Prefeitura de São Paulo, João Pimenta Foto: @causaoperariaTV via YouTube

O mais jovem entre os candidatos à Prefeitura é o jornalista João Jorge Pimenta, de 27 anos. Ele vai ser o representante do Partido da Causa Operária (PCO) na disputa.

Paulistano, ele é dirigente do PCO e filho do também jornalista Rui Costa Pimenta, fundador da legenda e candidato à Presidência da República em três oportunidades.

No programa de governo, Pimenta defende a coletivização das empresas de água e energia do município. No site do PCO, Pimenta se apresenta como uma alternativa marxista nas eleições. Ele já declarou que Ricardo Nunes é um “mafioso” e que Guilherme Boulos “esfaqueou a esquerda pelas costas”.

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João Pimenta estreou nas eleições em 2022, quando se candidatou a uma vaga na Câmara dos Deputados por São Paulo. No pleito, obteve apenas 1.121 votos e não foi eleito.

Ele foi o único dos candidatos que não declarou bens ao TSE. O vice da chapa formada unicamente pelo PCO é o músico Francisco Muniz, que também não apresentou patrimônios para a Justiça Eleitoral.

Bebeto Haddad (DC)

O ex-deputado federal Bebeto Haddad, que vai disputar a Prefeitura de São Paulo pelo Democracia Cristã (DC) Foto: Nilton Fukuda/Estadão

Escolhido de última hora para ser o candidato do Democracia Cristã (DC), o ex-deputado federal Alberto Haddad, mais conhecido como “Bebeto”, vai ser o candidato da sigla nas eleições de outubro.

Assim como Altino, Bebeto é natural de São Luís. O candidato do DC cursou Direito no Centro Universitário Braz Cubas, que fica em Mogi das Cruzes, mas não chegou a obter o diploma.

Em 1990, Bebeto foi eleito deputado federal pelo PRN (atual Agir), que era a sigla do então presidente Fernando Collor de Mello. No pleito daquele ano, ele conseguiu 38.987 votos.

Em 1998, ele tentou novamente ser deputado, mas não foi eleito. Em 2002 e 2010, ele buscou uma vaga na Alesp, terminando na suplência nas duas ocasiões.

No início do século, Bebeto era uma das principais lideranças do MDB e estava no rol de aliados próximos do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD). Entre 2011 e 2012, ele ganhou um cargo de Kassab no Executivo municipal, exercendo a chefia da Secretaria de Esportes.

Ao TSE, ele declarou ter R$ 6.930.000 em bens. A chapa puro-sangue do DC é composta pela advogada Camila Consci.