Invasão em Brasília: o que você precisa ler sobre o ataque aos três poderes no domingo

Apoiadores extremistas do ex-presidente Jair Bolsonaro depredaram e invadiram prédios públicos pedindo intervenção federal neste domingo, 8

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Por Redação
Atualização:

A tarde do último domingo, 8, foi marcada por cenas de violência e de ataque à democracia brasileira. Apoiadores extremistas do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram e depredaram os prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF), exigindo uma intervenção federal para tirar do poder o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, eleito democraticamente ― um pedido que não tem respaldo na Constituição.

As invasões vinha sendo preparadas por extremistas leais ao ex-presidente desde a terça-feira, 3, quando radicais começaram a divulgar com grande intensidade mensagens em aplicativos como o Telegram e o WhatsApp para trazer manifestantes de todo o País para Brasília, com todas as despesas pagas.

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Após o tumulto e a depredação das sedes dos Três Poderes em Brasília, o presidente Lula decretou uma intervenção federal no DF até o dia 31 de janeiro. O objetivo da intervenção, segundo ele, é “pôr termo a grave comprometimento da ordem pública no Estado do Distrito Federal, marcada por atos de violência e invasão de prédios públicos”.

Sem uma presença firme do governo do DF e da polícia militar local, as invasões derrubaram o governador Ibaneis Rocha, acusado de negligência. Mais cedo, Rocha se desculpou pela proporção que os atos tomaram, mas isso não impediu que o ministro do STF Alexandre de Moraes decretasse o afastamento do governador do Distrito Federal pelo prazo de 90 dias.

Veja tudo o que se sabe sobre as invasões:

Acampamentos antidemocráticos começam a ser desmontados

Seguindo a orientação do ministro Alexandre de Moraes, a Polícia Militar do Distrito Federal começaram a desmontar o acampamento na frente do QG do Exército, ativo desde o final das eleições do segundo turno. Pelo menos 40 ônibus lotados com extremistas apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro deixaram o local na manhã desta segunda-feira, 09.

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Em São Paulo, o Comando Militar do Sudeste se prepara para desocupar todas as áreas obstruídas por bolsonaristas. A expectativa é de que o ‘bom senso’ prevaleça e que tudo seja feito sem conflito, mas a determinação será de desmonte, sem exceções.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), anunciou que vai desmontar o acampamento bolsonarista montado em frente ao Comando Militar, no centro da capital fluminense, até a noite desta segunda-feira, 9.

Moraes afasta do cargo governador do DF e determina ‘dissolução total’ de acampamentos em 24 horas

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, determinou neste domingo, dia 8, o afastamento do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), do cargo. Moraes suspendeu Ibaneis da função pública pelo prazo de 90 dias. O ministro também determinou a “dissolução total”, em no máximo 24 horas, dos acampamentos antidemocráticos no entorno de quartéis em todo o País. Entenda a decisão.

Presidente decreta intervenção federal no Distrito Federal e avalia que atos terroristas têm financiamento de empresários até no exterior

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um pronunciamento sobre os atos antidemocráticos realizados em Brasília neste domingo, 8, a partir de Araraquara, no interior de São Paulo. Lula assinou um decreto para autorizar uma intervenção federal na segurança pública em Brasília até o dia 31 de janeiro. Leia mais.

O chefe do Executivo está convencido de que os atos terroristas praticados na Praça dos Três Poderes foram financiados por empresários defensores de um golpe do Estado. Lula recebeu informações de que na lista dos financiadores há empresários do agronegócio e outros com ligações no exterior, que já bancaram vários atos antidemocráticos. Leia mais.

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Bolsonaro se defende e diz que depredações em Brasília ‘fogem à regra’

Mais de seis horas após o início das invasões e depredações das sedes dos três Poderes da República, em Brasília, o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou, de Orlando, nos Estados Unidos, três tuítes em que afirma que atos como ocorridos ontem “fogem à regra”. Bolsonaro se defendeu de ser responsável por incentivar as ações golpistas, que pediam intervenção federal e a prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mais cedo, Lula disse que seu antecessor também é responsável pelos atos de vandalismo que se espalharam por Brasília. Leia mais.

Golpistas são rendidos e presos dentro do Planalto

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Extremistas que invadiram e destruíram as dependências do Palácio do Planalto foram rendidos e presos dentro das dependências do prédio, no fim da tarde de domingo. As imagens mostram homens deitados e cercados por integrantes da Polícia do Exército. Leia mais.

‘Intolerável assalto à democracia’

É estarrecedora a facilidade com que baderneiros que não se conformam com a derrota de Jair Bolsonaro na eleição passada invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília na tarde de domingo, no maior ataque à democracia brasileira desde o fim da ditadura militar. Só há uma explicação para isso: a leniência das chamadas autoridades para identificar e punir os golpistas desde os primeiros crimes que cometeram após a confirmação da vitória do presidente Lula da Silva. Não foram poucas as oportunidades para que agentes do Estado fizessem valer as leis e a Constituição do País. Cada um desses agentes, no limite de sua responsabilidade, há de responder pela prevaricação perante a Justiça. Leia editorial

Acuado, Ibaneis pede desculpas a Lula por ato terrorista em Brasília e condena golpistas

Acuado após o ato terroristas de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em Brasília, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, pediu desculpas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na noite deste domingo, 8. Bolsonaristas radicais invadiram os prédios dos Três Poderes na Esplanada dos Ministérios e depredaram os locais. Leis mais.

AGU pede ao Supremo que mande prender em flagrante Anderson Torres

A Advocacia-Geral da União pediu ao Supremo Tribunal Federal que decrete a prisão em flagrante do secretário de Segurança Pública Anderson Torres, ex-integrante do governo Jair Bolsonaro, em razão de suposta ‘omissão’ em meio à invasão de bolsonaristas aos prédios do Supremo Tribunal Federal, do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto neste domingo, 8. Também foi requerida a detenção de ‘todos os envolvidos em atos criminosos decorrentes da invasão de prédios públicos federais em território nacional’. Leia mais.

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Exército põe 2,5 mil militares de prontidão em Brasília

O Exército Brasileiro mobilizou 2,5 mil militares neste domingo, dia 8, diante dos ataques extremistas às sedes dos três poderes em Brasília. A tropa foi colocada de prontidão, em condições de emprego imediato, se houver ordem nesse sentido. Nenhum, no entanto, foi envolvido na repressão às agressões golpistas. Conforme o Exército, houve um aumento do efetivo que em geral fica de prontidão, subordinado ao Comando Militar do Planalto (CMP), responsável pela área de Brasília. Na sede do comando, ao lado do Quartel-General do Exército, oficiais se reuniram para acompanhar a reação das forças de segurança, polícias e Força Nacional, no centro de operações. Leia mais.

Quem é Ricardo Capelli, o interventor federal de Lula em Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou neste domingo, dia 8, uma intervenção sobre o governo do Distrito Federal. Lula anunciou como interventor o atual secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Capelli. Braço-direito do ministro da Justiça e Segurança Pública, ele é jornalista de formação e foi secretário de Estado no Maranhão. No último mandato de Dino como governador, Capelli respondia pela Comunicação do governo estadual. No primeiro, chefiou o gabinete de representação do Maranhão em Brasília. Leia mais.

EUA, França, Espanha, Argentina, Colômbia e Chile condenam ataques à democracia em Brasília

As cenas de tomada e depredação das sedes dos três poderes em Brasília por grupos extremistas do bolsonarismo que rejeitam a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva causaram repercussão internacional e motivaram a sugestão de convocação de reunião urgente da Organização dos Estados Americanos (OEA). O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, aliado de Lula, afirmou que há em curso uma tentativa de golpe de Estado por parte de fascistas. Leia mais.

Exonerado da segurança do DF, Anderson Torres está nos EUA

Enquanto Brasília arde, com a invasão de extremistas aos edifícios do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto, Anderson Torres, o então secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, está nos Estados Unidos. Segundo fonte do governo do DF, Torres viajou para Orlando, justamente o mesmo local onde está Jair Bolsonaro desde o mês passado. Torres tinha assumido o cargo na semana passada e saiu de férias. Leia mais.

Flávio Dino sobre invasão: ‘Impor a vontade pela força não vai prevalecer’

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, classificou como “absurda” a invasão do Congresso Nacional por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. “Essa absurda tentativa de impor a vontade pela força não vai prevalecer”, disse. Dino afirmou que o governo do Distrito Federal irá enviar reforços para lidar com a situação. “E as forças de que dispomos estão agindo”, disse. Leia mais.

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Rodrigo Pacheco repudia invasão do Congresso Nacional: ‘Devem sofrer o rigor da lei com urgência’

O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, usou sua rede social neste domingo, 8, para repudiar a última ação de um grupo de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro: a de invadir o Congresso Nacional, na tarde deste domingo, 5, em um ato que pediu intervenção das Forças Armadas e a prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Repudio veementemente esses atos antidemocráticos, que devem sofrer o rigor da lei com urgência”, afirmou Pacheco. Leia mais.

Cadeiras de ministros arrancadas, pichações e janelas destruídas; veja as cenas da depredação do STF

O grupo de manifestantes que invadiu a sede dos três Poderes, neste domingo, 8, em Brasília, deixou um cenário de destruição no STF. A instituição foi um dos principais alvos dos ataques de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro nos últimos anos. O plenário foi depredado. Até mesmo cadeiras dos ministros do Supremo e o brasão da República, que estava fixado no local, foi retirado pelos bolsonaristas. Veja imagens e vídeos nesta matéria.

Policiais do DF abandonam barreira e compram água de coco enquanto manifestantes invadem STF

Mesmo com a crise instalada na Praça dos Três Poderes, a Política Militar do Distrito Federal continua permitindo que manifestantes transitem livremente pela área, sem nenhum tipo de restrição. Após extremistas furarem o bloqueio invadirem o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto, parte dos policiais abandonaram as barreiras e compravam água de coco em frente à Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida. Veja vídeos nesta matéria.

Invasores pretendiam ‘acampar dentro do Congresso, Planalto e STF’

Em mensagem que está circulando em grupos bolsonaristas nas redes sociais, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro que invadiram Brasília pretendiam acampar dentro do Congresso, do Planalto e do Supremo Tribunal Federal. Veja.

Ibaneis exonera Anderson Torres da Secretaria de Segurança do DF depois de vandalismo em Brasília

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), afirmou neste domingo, 8, que mandou exonerar seu secretário de Segurança, Anderson Torres - ex-ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro. “Determinei a exoneração do Secretário de Segurança DF, ao mesmo tempo em que coloquei todo o efetivo das forças de segurança nas ruas, com determinação de prender e punir os responsáveis. Também solicitei apoio do governo federal e coloco o GDF à disposição do mesmo”, escreveu o governador em sua rede social. Leia mais.

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Extremistas roubaram armas e munições do Planalto de área que cuida da segurança do presidente

Os extremistas que invadiram o Palácio do Planalto roubaram armas e munições que estavam no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, no Palácio do Planalto. A informação foi divulgada pelo ministro-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), Paulo Pimenta. Segundo ele, foram levadas armas letais e não letais. Leia mais.

Dino admite falhas e fala em acionar Forças Armadas para segurança em Brasília

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, admitiu neste domingo, dia 8, que houve erros e falhas das forças de segurança, subordinadas ao governo federal e ao governo de Brasília, na reação aos ataques extremistas às sedes dos três poderes. Dino culpou uma “infiltração ideológica” nas instituições para explicar a agressão de golpistas não impedida pelo aparato armado do Estado. Ele disse o governo Luiz Inácio Lula da Silva vai solicitar apoio de militares das Forças Armadas, sob comando do interventor nomeado por Lula, para atuar em reforço à manutenção da ordem em Brasília até o fim de janeiro. Leia mais.

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