A Câmara Municipal de Santana do Parnaíba, na região metropolitana de São Paulo, acaba de tomar uma decisão que poderia servir de exemplo para o Congresso e o Judiciário. Durante a sessão realizada na noite de terça-feira, seus 15 vereadores aprovaram uma resolução que acaba com o recesso parlamentar de julho na cidade. De acordo com o presidente da Câmara e autor do projeto de mudança, Jamil Toufic Akkari (PPS), a medida vinha sendo analisada há quase um ano, mas ganhou força com a divulgação dos gastos feitos pelo Congresso durante as sessões extraordinárias em janeiro e fevereiro. "Gastaram a extraordinária quantia de R$ 50 milhões para aprovar apenas cinco emendas", diz ele. "Fizemos as contas e constamos que isso corresponde a 1/4 do orçamento da nossa cidade e é suficiente para construir 40 escolas municipais." A medida em Santana do Parnaíba, cidade de 75 mil habitantes, localizada a 35 quilômetros de São Paulo, não terá nenhum impacto direto em termos de economia. Os vereadores já recebiam salários normalmente em julho, mesmo não trabalhando, e a Câmara não pagava adicional por sessões extraordinárias. O principal efeito, segundo Akkari, deve ser moral: "Prevaleceu o bom senso. Fomos os primeiros a fazer isso. Mas outros municípios do interior do Estado já começaram a nos procurar, interessados em fazer a mesma coisa."
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