O vereador Celso Gianazzi (PSOL) acionou a Polícia Federal (PF) após receber e-mails contendo ameaças de morte contra ele e outros parlamentares da Câmara Municipal de São Paulo. As mensagens foram enviadas, segundo ele, um dia após o atentado cometido por Francisco Wanderley Luiz, conhecido como Tiü França, na Praça dos Três Poderes, em Brasília, ocorrido na última quarta-feira, 13.
O conteúdo das ameaças, com xingamentos, exige que Gianazzi e Toninho Vespoli (PSOL) avisem aos colegas sobre o ataque e que eles renunciem a seus mandatos, sob pena de serem mortos por “balas, bombas, facas e fogo”.
As mensagens teriam sido motivadas pelo aumento salarial aprovado pela Câmara na semana anterior, que elevou os vencimentos dos vereadores em 37%, saltando de R$ 18.991,68 para R$ 24.754,79 a partir de janeiro, com um novo reajuste para R$ 26.080,98 em fevereiro.
A bancada do PSOL, composta por Gianazzi, Vespoli, Luana Alves e os coletivos Quilombo Periférico e Bancada Feminista, votou contra o aumento.
O autor das mensagens, que assina como “Ricardo Wagner Arouxa”, usa o nome de um consultor de tecnologia do Rio de Janeiro que, desde 2017, tem sua identidade falsamente utilizada por extremistas em crimes virtuais. O e-mail ainda chama Tiü França de “herói” e ameaça novos ataques ao Supremo Tribunal Federal, prometendo que “as bombas vão estourar por todo o Brasil”.
Diante das ameaças, Gianazzi oficiou a PF, pedindo a imediata investigação da autoria das mensagens, a criação de um protocolo nacional para prevenção e resposta a ameaças contra autoridades públicas e instituições democráticas, além do fortalecimento de ações de rastreamento de células fascistas e extremistas no País.
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“Não aceitarei ataques à democracia e ao exercício do meu mandato, que foi legitimamente eleito pelo povo para representá-lo. Seguiremos firmes defendendo políticas públicas de qualidade, o serviço público e o Estado Democrático de Direito”, disse o vereador pelas redes sociais.
A Câmara Municipal disse, em nota, que a presidência da Casa já está sabendo do caso e que a Assessoria Policial Militar recomendou ao vereador que a ocorrência fosse registrada na Polícia Civil para que o caso fosse encaminhado à Secretaria de Segurança Pública e que, “independentemente disso, os órgãos que atuam na Câmara (GCM e PM) reforçaram as medidas de segurança do Palácio Anchieta”. Procurada pela reportagem, a PF não respondeu até a publicação deste texto.
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