Wellington se esquiva sobre ter desbancado Tebet: ‘Lula sabe do papel que teve e tem a senadora’

Futuro ministro do Desenvolvimento Social defendeu a adoção de medidas em parceria com outros ministros, setor privado e movimentos sociais

PUBLICIDADE

Foto do author Weslley Galzo
Atualização:

BRASIL - O futuro ministro do Desenvolvimento Social, senador Wellington Dias (PT-PI), se esquivou de responder sobre o futuro da senadora Simone Tebet (MDB-MS) no governo Lula. Ele desbancou a emedebista na disputa pelo comando da pasta, que abriga o programa Bolsa Família e cifras bilionárias do Orçamento. Tebet terminou em terceiro lugar na corrida presidência e, no segundo turno, apoiou a candidatura petista contra o presidente Jair Bolsonaro (PL).

“O presidente Lula sabe do papel que teve e tem a senadora Simone Tebet, assim com outras lideranças importantes. Ele vai permanecer em Brasília, estará dialogando e tem até terça-feira (para finalizar a escalação dos ministros)”, disse logo após ser nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “A decisão (de Simone ser ministra) é certamente desse diálogo e desse entendimento entre o presidente e a senadora. Temos que respeitar”, completou.

BRASILIA DF NACIONAL 07-12-2022 NACIONAL SENADO PEC 32-2022 Senador eleito Wellington Dias (PT-PI) concede entrevista. Foto: Roque de Sá/Agência Senado Foto: Roque de Sá/Agência Senado / Roque de Sá/Agência Senado

PUBLICIDADE

O engajamento de Tebet na campanha de Lula fez a senadora despontar como favorita a ocupar um cargo chave na composição da Esplanada dos Ministérios. Ela, porém, sofreu resistência do PT, que vetou o seu nome para a pasta do Desenvolvimento Social sob o argumento de que a coordenação do Bolsa Família deveria ficar com um integrante do partido. Como mostrou o Estadão, a presidente petista Gleisi Hoffmann ofereceu à senadora o controle da Agricultura ou do Meio Ambiente, mas Tebet teria declinado.

Agora na pasta cobiçada por Tebet, Dias diz ser necessário reestruturar o programa Bolsa Família, que sofreu alterações no governo Bolsonaro, inclusive passando a se chamar Auxílio Brasil. O futuro ministro disse que a sua pasta será condutora de políticas interministeriais, que também devem dialogar com estados, municípios, setor privado e movimentos sociais.

“Durante esses últimos quatro anos tivemos nove mudanças (no Bolsa Família) e isso causou muita confusão, desarticulação e desestruturação das áreas. A gente quer trabalhar integrado com os estados, os municípios e a sociedade”, afirmou.

Publicidade

Former president of Brazil and current presidential candidate Luiz Inacio Lula da Silva greets Simone Tebet as she announces her support for him in Sao Paulo, Brazil, October 7, 2022. REUTERS/Amanda Perobelli Foto: REUTERS / REUTERS

Combate à fome

Wellington Dias afirmou que a prioridade do Ministério de Desenvolvimento Social será tirar o Brasil novamente do mapa da fome. O País tem ao menos 33 milhões de pessoas sem acesso às três refeições diárias, segundo dados da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Pessan).

“A missão é novamente tirar o Brasil do mapa da fome. Não é simples. Vamos ter que começar de um ponto (baixo). Temos quatro anos para este trabalho, mas também cuidar das pessoas, das famílias e de quem mais precisa com a transferência de renda”, disse. O futuro ministro ainda agradeceu aos deputado e senadores por aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, que ampliou o teto de gastos no ano que vem para custear, entre outras promessas de Lula, o pagamento de R$ 600 aos beneficiários do Bolsa Família.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.