Um pedaço da onda disruptiva de 2018 ainda atuou em 2022. Sobretudo o temor de uma vitória na corrida presidencial do PT em primeiro turno “mobilizou” um voto importante para o bolsonarismo na reta final da eleição.
Não se pode perder de vista o regionalismo na política brasileira, e ele atuou com força no domingo. Especialmente nos principais colégios eleitorais. No Nordeste, onde a vantagem geral do PT nunca foi colocada em dúvida, o que as urnas produziram estava bem dentro das previsões.
Os principais “desequilíbrios” vieram de São Paulo e Rio, pois o Sul também se comportou dentro do esperado. Inclusive com a desmontagem do PSDB, um fenômeno de proporções nacionais e que vem na esteira de uma longa decadência.
O que o tucanato significou de contraponto e antagonismo ao petismo, no plano do embate político “intelectual”, foi substituído agora por uma tendência conservadora mal definida mas que possui raízes sociais e regionais importantíssimas.
Lula continua o favorito para vencer o segundo turno, mas ainda que o favoritismo nas pesquisas se confirme, a disputa será bem mais difícil do que ele e o PT antecipavam. E o governo, mais difícil ainda. Há dúvidas sinceras se Lula entendeu o quanto a posição do chefe do Executivo se tornou mais vulnerável.
E quanto a agitação petista em círculos intelectuais e artísticos está longe da realidade. O Brasil mudou bastante nos últimos 20 anos. Mesmo se for eleito, Lula ainda parece lutando a guerra de ontem.
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